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domingo, 20 de março de 2011

Mesa Bicuda - Poeta dos Pés Descalços / FADO E POESIA





É com muito rigor que chega uma vez mais um novo produto ao mercado angolano esforço de muito sacrifício e amor pela Cultura Nacional, é com bastante satisfação que vos trago o Projecto o Fado e a Poesia, que estará a disposição dos todos os amantes de poesia musicada no dia 27 de Março de 2011 a partir das 08h:00 da manhã.



Este álbum comporta 14 faixas poético-musicais e foi explicitamente feito a pensar em todas as mulheres apaixonadas de Angola e do mundo...



Ângelo Reis

“o poeta dos pés descalços”

RAINHA NJINGA - JOHN BELLA

sábado, 19 de março de 2011

MULHER DE AMANHÃ - Uma provocação

Violação - Um texto de uma mulher angolana -

Há uns anos atrás um homem disse-me que o mundo era nosso mas nós não sabiamos.
Talvez ele tenha razão, não sei, mas o que é certo é que a Maternidade nos confere tudo. Os homens inteligentes sabem disso, os outros, coitados.....!!!!!
Sábado estava na esquadra; mais uma vez fui assaltada. Um dos agentes trouxe uma miúda grávida.
Disse o seguinte: essas mulheres são teimosas depois se lhes varremos (subentende-se violamos)......
O outro respondeu entre dentes: é camuflar...

Os homens são nosso produto. Tem os nossos genes, parimo-los, alimentamo-los, protegemo-los. Somos mães e irmãs. Na falta da mãe as irmãs substituem. É incrivel! O meu sobrinho tem 03 anos. Na ausência da minha irmã a minha sobrinha que tem 06 anos substitui-lhe; acho que é intrinseco. Calça-lhe, veste-lhe, da-lhe de comer, da-lhe banho.....
Em troca, todas as vezes que ele quer impor a vontade dele bate-lhe.
Parimos os filhos deles, perpetuamos os seus genes.
Temos uma capacidade incrivel de luta e sobrevivência. É esta força que garante a sobrevivência da nossa espécie. Carregamos o mundo.
Não preciso de mais nada, apesar dos pesares, VALE A PENA SER MULHER.
D

domingo, 6 de março de 2011

Deolinda Rodrigues - Cartas de Langidila

Cartas de Langidila - Deolinda Rodrigues


Deolinda Rodrigues é descrita e lembrada como uma mulher "afável, compreensíva" que "tratava sempre de se manter informada" e de transmitir informação e conhecimento aos seus companheiros. Preocupava-a o analfabetismo:
"É terrível a indiferença e o analfabetismo desta gente; já nem o quase nada que a imprensa yanqui publica sobre a nossa tragédia eles leram"

Mesmo contra uma diáspora amorfa ela acredita: "O importante é saber o que queremos e caminhar para a frente" E no final de contas ela desabafa : "Ah! Se me safo deste vazio"

Hoje em dia são muitas as dúvidas que pairam sobre o desaparecimento de Deolinda Rodrigues e sobre a sua morte. Mas tendo em conta, que a sua luta reinvidicava justiça e dignidade: não será concerteza demais dizer que o passado não deverá por em risco a paz futura.

Já ela na altura lutava pela união entre os angolanos contra as correntes de fundo tribalista e racial divulgadas por alguns movimentos da altura.

"ACEITAMOS UNIDADE PARA TODOS NÓS E NÃO NA BASE DE SELECÇÕES INDIVIDUAIS"

De salientar que neste livro é possível encontrar cópias das cartas manuscritas de Deolinda Rodrigues e cópias de documentos confidenciais da PIDE, MPLA, entre outros.

Mais um livro que poderá ajudar a reescrever a história sempre com o intuito da paz e da unidade nacional.

Invictus - Angola

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

E assim és ANGOLA - comandante e senhora de tua alma!

Copyright © André C S Masini, 2000
Todos os direitos reservados. Tradução publicada originalmente
no livro "Pequena Coletânea de Poesias de Língua Inglesa"