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sábado, 17 de agosto de 2013

É hora de Re-Começar...A minha vida nestas malas...



É hora de Re-Começar...A minha vida nestas malas...

Avio a vida nestas malas. Mais uma vez me vejo presente no verso da despedida e na canção do recomeço. Tudo a postos para mais um Adeus na Hora da Despedida! Para receber em coro a Amizade do Haverás de Voltar!
Entre o ir e voltar fica o intervalo da saudade e da novidade. A recta tem uma quebra preenchida por um ponto de recomeçar. Re – Começar. É um começar que se repete. Um começar que se almejou algum tempo atrás e que agora se concretiza sem que quase se saiba como tudo aconteceu. E por magia, cá estou de malas aviadas à porta deste voo alado. Clamando ao universo que a porta da sabedoria se abra para que o mundo se transforme num livro folheável, entendível e “melhorável”.
Oh anjo da guarda que me proteges nesta estrelinha depositada em mim... mantém a vela acesa para que saiba sempre o norte da chegada... A ansiedade estremece na ponta dos dedos transpirados que há muito deixaram de ter medo... apenas fé para continuar a escalar esta montanha. E na mente, a certeza de que Deus dá asas a todos, mas só voam aqueles que crendo Nele não receiam cair (por amor...)

com muito amor, saudade, fé e esperança
Lueji Dharma
Nzambi é Amor

sábado, 3 de agosto de 2013

Lueji Dharma - ofereço-te esta caixa vazia em forma de coração

Trouxe esta caixa dourada com laços prateados e flores da cor do marfim para te oferecer o meu amor. Uma caixa no formato de um coração, ornamentada com o pó do desejo e da paixão que há em mim. Uma caixa em coração ou coração numa caixa que confessa a doçura do amor que tenho por ti.





Carreguei esta caixa da loja mais doce deste planeta coberta de um sentimento de dádiva que só por si esvaziava a caixa de qualquer importância relevante. Este sentimento era dádiva que eu queria ofertar no símbolo de uma caixa de chocolates. Na vitrine da loja mantive o olhar atento para escolher os doces mais cremosos. Com o chocolate mais rico, doce e cremoso fui enchendo a caixa que a ti queria ofertar. E que bem me fez encher esta caixa dezena de vezes sempre pensando em tua boca e teus lábios saboreando tamanha inspiração dos deuses. E assim saí desta loja derretida de amores como se chocolate fosse. Talvez com algum esforço e viscosidade conseguisse entrar nesta caixa que a ti quero ofertar.

E assim caminhei pelas ruas buscando-te e acalentando a imagem de aconchegar os teus dias com este elenco luxuoso dos vários doces que escolhi para ti. Mas subi as escadas para a tua casa, desci as escadas para o teu escritório, bati na porta das amizades e busquei a janela dos familiares. Apenas senti o cheiro do perfume que te ofereci levemente espalhado pelos corrimões onde seguro este corpo frágil que continua perpetuando este amor. Nem o teu cheiro permanece preso à essência floral que te ofereci. Apenas o perfume artificial me dá certeza de que talvez alguma gota de suor se prenda a estes corrimões da esperança.

E é sentada neste alpendre da tua entrada que estendo os pés para que o sol os aqueça neste frio de um cacimbo tropical. Aqueço os pés ao sol e deixo a manta enrolada em todo o corpo que vigia a hora da tua chegada. À falta de um chá quente que me aqueça a alma faço meus os teus bombons. Sim deixo que se derretam na minha boca enquanto tu não vens. Uns têm baunilha, outros café, alguns menta e outros mesmo doces amargam tanto como a tua ausência. Neste momento o teu último bombom permanece na minha mão. A caixa ficou vazia. Nada mais tenho a ofertar quando te vir entrar neste alpendre.

- Zangar-te-ás se te oferecer esta caixa vazia?

Dizem que recebemos aquilo que damos. Será que me ofereceste um vazio que esta caixa não deixa mentir, mesmo tapando-a, para que permaneça este invólucro carinhosamente ornamentado. Uma caixa ornamentada de prata, ouro e flores secas mas esvaziada do mel achocolatado que tinha para te oferecer. Oh Deus! Só agora dei conta que o sol já se pôs e que do alpendre já nada se vê. De que interessa estar de vigia se apenas vejo o breu da noite. Recolho a manta e a caixa vazia. Afinal o alpendre deixou de ser teu para ser a minha casa. Esta porta que dava para o teu quarto agora dá para a minha sala e o meu quarto virou jardim. Sempre te disse que precisava de um jardim em casa. As flores que me oferecias secavam rápido e eu preciso de ver o milagre da semente que nasce e permanece depois da flor. Estes botões de rosa que agora crescem ao lado da minha cama lembram-me as rosas que me davas. Saudades das tuas mãos com flores. Ou das tuas flores em ti. Saudades.

Pudera eu resistir a esse jardim artificial que me ofereceste e agora não estaria com este dilema de ter de oferecer uma caixa ornamentada mas vazia. Talvez não notes que a caixa está vazia. Talvez fiques feliz por receber uma caixa tão ricamente ornamentada que nem te lembres de ver o que ela esconde. Talvez a levantes e percebas sem ver que ela esta vazia. E evites o constrangimento de a abrir para perceber que ela está vazia.

-Está vazia!
-Pois está!
-Mas porquê?
-Porque nas manhãs frias em que não estavas comia os chocolates mais doces, nas tardes de verão escolhia os de menta e nas noites gélidas desfazia todos os com recheio de avelã e baunilha. Eram mais de 365, porque duraram mais de um ano. Lembro-me de todos. Porque de todas as vezes que os comia sentia o travo amargo da tua ausência. Por isso desculpa se te ofereço agora esta caixa vazia.

Lueji Dharma
Nzambi é amor