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segunda-feira, 19 de abril de 2010

sem sentidos

os prazeres
não vivo para eles
condenei-me ao coração
bloqueio os prazeres
só os frutos
da vontade maior
vislumbro horizontes
não instrumentos
pretendo o fim
não o princípio
e vivo o meio
sem os sentidos
no início
desvaneço às leis
da sabedoria
procuro sem olhar
oiço sem ouvir
sinto sem tocar
saboreio-te sem te ter
apenas um meio
para chegar ao fim
conto sem os dedos
os minutos dos segundos
as horas dos dias
não me perco
nos sentidos
tenho a fé
de não sentir
mas de saber
ser longa a caminhada
para o sol de ouro
que brilha no interior
sou cega
sou surda
sou muda
mas plena de luz
conheço o caminho
com a palma da alma
conheço os limites
com olhos do espírito
atravesso livre
o deserto da escuridão
sem sentidos
mas com o sentimento

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