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sexta-feira, 5 de julho de 2013

A morte de uma ratazana



A luz ainda bate neste meu rosto ferido. As mãos ardem com o bater do coração. A sorte há muito que me foge. Maldito sejas tu que me persegues... fiquei plantada na porta deste teu covil de ratos onde com outras ratazanas preparas ataques aos inocentes. Fiquei plantada à porta, buscando entrar no teu covil. E esperei até que a noite caíu. E a chuva desceu num manto de gelo. E esperei. A madrugada trouxe o abrir de uma porta e o breu de uma frecha. Afinal, a noite até é iluminada quando comparada ao teu covil. O vosso covil de onde Maquiavel fugiu por ser bondoso. E sem medo entrei no teu covil. O breu cegou-me. As virtudes despiram o meu corpo. A alma esvaíu-se em lágrimas. Apenas a carne seca de um morto continuou percorrendo este covil, porta do inferno. Ouvi tuas gargalhadas... enquanto por detrás de uma tecnologia subversiva perscrutras a vida de muitos. Ris e planeias ataques porque julgas-te Deus.
Crias perfis falsos e vives de criar ilusões e desilusões; instalas softwares de medo, raiva e ódio no coração imaculado de muitos. A bondade escorraças das almas puras porque serves a esse diabo impune que chamas de Chefe. Pois, observa o que o teu trabalho criou em mim. Este corpo imune de emoção ou sentimentos. Esta carne desprovida de sangue. Este corpo seco e sem vísceras que sobrevive em busca de uma vingança: TU. A última sobremesa do teu trabalho e desta tua criação: EU. E o teu gargalhar me faz ver que em breve a presa estará frente ao caçador. E desta vez serás tu o caçado. E segui apenas o rasto do ódio. Um rasto que snifei como se fosse água num deserto. Um rasto que lambi como se fosse açucar num jardim infantil.

E agora eis-me aqui morta mas não matada. Olha para esta obra que criaste. Esta ausência de vida que me ofereceste.

- Eis-me aqui a presa que perseguiste.

O teu olhar caíu morto no ar. A supresa deixou-te atónito...

- Como raio entraste aqui?
- Como raio não havia de entrar? Como evitar conhecer o meu caçador?
O teu faro pressentiu o meu móbil. O teu olhar denunciou o meu plano. Vi esvair-te de ti.
- Afinal não és Deus! - gritei ao teu ouvido... nem com toda esta tecnologia do teu covil.

E antes que respondesses cortei o teu pescoço e deixei que o fel do teu sangue inundasse o covil...

Afinal não eras mesmo Deus! E eu nunca fui presa fácil!


Lueji Dharma

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