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terça-feira, 12 de abril de 2011

Aldeia de Deus

Os suecos e um grande estilo de vida!

Acho que vale a pena "perder" um bocado de tempo a ler este e-mail...pode ser que nos deixe a pensar um bocado...



“Pare de correr porque o fim chega mais depressa.

Texto escrito por um brasileiro que vive na Europa e trabalha na Volvo.

Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca.

Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante.
Qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É regra. Então, nos processos globais, nós
(brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada.
Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.

Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. E trabalham num esquema bem mais "slow down". O pior é constatar que, no final, acaba
sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.

E vejo assim:
1. O país é do tamanho de São Paulo;
2. O país tem 2 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, que tem 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare... Nada mal, não?
5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.

Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam nossos salários.
Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles.

Vou contar para vocês uma breve só para dar noção.

A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e
ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no
terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei: "Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que
chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final."

Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique
mais perto da porta. Você não acha?".

Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos.

Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na
Itália (o site, é muito interessante. Veja-o!).

O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a
família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele Representa como estilo de vida em que o americano endeusificou.

A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista
Business Week numa edição européia.

A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".

Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas( 35 horas por semana ) são mais produtivos que seus colegas Americanos ou ingleses.

E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%.

Essa chamada "slow atitude" está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it now" (faça já).

Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".
Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em
contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da
simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com
prazer, o que sabem fazer de melhor.

Gostaria que você pensasse um pouco sobre isso... Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da
perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura?
Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem-pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"?

No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela
responde: - "Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos."

- "Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango.
E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme.

Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados, ou algo assim.

Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe.

Tempo todo mundo tem, por igual!
Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo. Precisamos saber aproveitar cada momento, porque,
como disse John Lennon: - "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro"...

Parabéns por ter lido até o final!
Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o seu tempo neste mundo globalizado.

Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família.
De ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas...
Poderá ser tarde demais!

Saber aprender para sobreviver...
DIVULGUEM AOS AMIGOS !!!

sábado, 9 de abril de 2011

"CONFERENCIA INTERNACIONAL "AS CONSTITUICOES E A ESTABILIDADE DOS ESTADOS DEMOCRATICOS E DE DIREITO EM AFRICA.

Discurso de DR. Bornito Sousa:


"CONFERENCIA INTERNACIONAL "AS CONSTITUICOES E A ESTABILIDADE DOS ESTADOS DEMOCRATICOS E DE DIREITO EM AFRICA.

- Luanda, 6 de Abril de 2011. -



MAGNIFICO REITOR DA UNIVERSIDIADE AGOSTINHO NETO,

SENHOR DECANO DA FACULDADE DE DIREITO DA UAN,

SENHORES PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE DO IASED,

DOCENTES E DISCENTES PRESENTES,

EXCELENCIAS,

DISTINTOS CONVIDADOS,

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,



Permitam-me começar por agradecer o convite que me foi endereçado pelo Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia para proceder à abertura desta Conferencia Internacional sobre "AS CONSTITUICOES E A ESTABILIDADE DOS ESTADOS DEMOCRATICOS E DE DIREITO EM AFRICA" que decorre em Luanda, de 6 a 8 do corrente mês de Abril.



O duplo facto da Conferencia ocorrer num momento em que se celebra o 9° Aniversário da Paz em Angola e no quadro do 1° Aniversário da promulgação da nova Constituição da Republica de Angola, aumenta a sua relevancia.



Acresce a isso a coincidencia com o fim do ano do Cinquentenario da Independencia de varios países de África e com os recentes fenomenos politicos extraordinarios que ocorrem em paises arabes do Norte de África e do Medio Oriente e que determinados circulos politicos e sociais, já apelidados de "democratas das liberdades", por uns, ou "democratas malcriados", por outros, procuram aplicar em Angola.



Mas a listagem de questoes com relevancia politico-constitucional e academica nao termina aí.



Situacoes de conflitos eleitorais e pos-eleitorais, solucoes constitucionais e extra-constitucionais, o direito de ingerencia internacional na Libia e na Côte d'Ivoire e a correccao da síndrome do Iraque agora com o beneplacito das Nacoes Unidas, a geopolítica do petroleo, a Belgica sem Governo ha quase um ano, o Gabao e Togo - dois casos recentes de transicao do poder de pai para filho ou o papel das organizacoes regionais e o envolvimento da sociedade civil em Africa, merecem analise.



Merecem analise problemas como o crescente desinteresse e abstencao na participacao eleitoral sobretudo nas democracias mais antigas e sua relacao com a Legitimidade politica e democratica. A titulo de exemplo, quem tem mais legitimidade ou terao a mesma legitimidade democratica, o Presidente Constitucional angolano votado em 1992 por mais de 49% de cerca de 90% eleitores participantes e concorrente eleito em 2008 como cabeca-de-lista do Partido vencedor por 82% de cerca de 88% de eleitores votantes ou o Presidente da irmā Republica portuguesa eleito por 53% de apenas cerca de 47% dos eleitores votantes ou seja, na realidade eleito por apenas 25% ou 1/4 dos eleitores registados?



De igual modo, a propria Crise financeira internacional e suas implicacoes nas relacoes regionais e internacionais e nos processos democraticos, nomeadamente nos chamados PIG's (Portugal, Irlanda e Grecia), a par da emergencia dos BRICS (Brasil, Russia, India, China e Africa do Sul) ou mesmo o futuro das energias e da seguranca ambiental global, depois de Chernobil e Fukushima.



Assim, tambem, o debate constitucional, a busca ou o aperfeicoamento de modelos constitucionais ou ainda os processos de elaboracao de novas Constituicoes continuam: Namibia, Africa do Sul, Zimbabwe, Kenya, Marrocos, Egipto, paises do leste europeu, Portugal e mesmo os Estados Unidos, para apenas citar alguns.



EXCELENCIAS,

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,



ANGOLA nao poderia ser uma excepcao. Apos eleicoes legislativas em 2008, o Parlamento com poderes constituintes aprovou uma nova Constituicao na sequencia de um amplo debate nacional em torno de cerca de uma dezena de projectos apresentados pelas forcas politicas e de centenas de propostas de cidadaos e instituicoes da sociedade civil.



A Constituicao angolana de 2010 enriquece sobremaneira a carteira de Direitos Fundamentais dos cidadaos e o seu quadro de garantias, clarifica o quadro institucional e economico-social.



Mas é o modelo de Sistema de governo, designado "Presidencialista-parlamentar", o que mais atrai o debate politico, juridico-constitucional e academico. De facto, um Sistema presidencialista no qual a titularidade da Chefia do Estado é depositada no cabeca-de-lista do Partido ou da Coligaca de Partidos mais votado nas eleicoes gerais que em simultaneo designam tambem os Deputados ao Parlamento. É como se, na Gra-Bretanha, o Primeiro-Ministro e Chefe de Governo ou na Espanha, o Presidente do Governo, acumulassem a Chefia do Estado que, nesses paises, é exercida pelos respectivos Monarcas.



O modelo procura evitar a potencial conflitualidade e os elevados custos de sucessivas eleicoes, harmonizar o relacionamento institucional e concentrar o esforco das instituicoes do Estado na resolucao dos principais problemas das populacoes, da comunidades e das familias e, em geral, do desenvolvimento do País.



O abandono do modelo semi-presidencialista anterior visa ainda criar condicoes efectivas de governabilidade.



A Constituicao de 2010 culmina uma transicao constitucional iniciada em 1991 e abre as portas para a transicao politica e a regularidade constitucional das eleicoes em Angola.



Assim, as eleicoes de 2012 aplicarao ja o modelo da Constituicao de 2010 e a elas se seguirao as eleicoes autarquicas, no quadro do que um conjunto de iniciativas internas e internacionais estao em curso para alinhar a participacao dos cidadaos angolanos na escolha dos seus representantes e administradores a nivel de Municipios e ou de Cidades, com os padroes internacionais.



Nesse sentido, estao a recente participacao e admissao de Angola como membro associado do Forum dos Governos Locais da Commonwealth, o estabelecimento de contactos com as Cidades de Washington e Atlanta (Estados Unidos da America), a realizacao em Luanda do Forum dos Governos Locais da SADC e a participacao na Conferencia dos Ministros Africanos dos Governos Locais. Mas sobretudo a aprovacao de uma verba de mais de 400 milhoes de dolares para a aplicacao de programas integrados de desenvolvimento municipal e de combate a pobreza, alem de um ambicioso programa de construcao habitacional, da transformacao de todos os Municipios em Unidades orcamentais e da criacao de novas Cidades e Municipios.



Quero acreditar que a transicao politica e os processos de aprofundamento da democracia e de desenvolvimento e modernizacao de Angola abrirao caminho a um cada vez maior envolvimento da juventude e do dialogo inter-geracional harmonioso ou seja entre a geracao do Panafricanismo (protagonista dos anos 50-60), a geracao da libertacao nacional (anos 70-80) e a geracao da internet e da globalizacao (anos 90-Sec XXI).



A este respeito, o Presidente Jose Eduardo dos Santos defendeu na sua estrategia de transicao politica, o salto da sua geracao. Sobre isso, num país jovem como Angola e num mundo em que potências globais ou paises de sucesso sao dirigidos por lideres ja nascidos nos anos 60, nao seria uma heresia a consideracao por todas as forcas politicas e sociais da priorizacao do criterio do "duplo salto geracional" na composicao dos orgaos do Estado.



Vejam-se os casos de Barack Obama, dos Estados Unidos; de Dimitri Medvedev, da Russia; de David Cameron, da Gra-Bretanha; de Julia Gillard, da Australia e de Jose Maria Neves, de Cabo Verde. Aquilo a que eu chamaria de "under 50 world leaders" (a geracao de lideres mundiais que iniciaram altas funcoes de Estado com menos de 50 anos). Veja-se, alias, o exemplo de grande parte dos lideres e dirigentes da libertacao e da defesa da Independencia de Angola que começaram a exercer - e com sucesso - funcoes de responsabilidade aos 18, 20 ou 30 e poucos anos de idade!



EXCELENCIAS,

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,

DISTINTOS CONVIDADOS,



Termino saudando os ilustres Magistrados, Academicos, Diplomatas e Cientistas Politicos angolanos ou visitantes, conferencistas de temas tao aliciantes como "A ESTABILIDADE DEMOCRATICA E AS REFORMAS CONSTITUCIONAIS EM AFRICA", "AS CONSTITUICOES E A PARTICIPACAO DEMOCRATICA EM AFRICA" ou "OS DESAFIOS DA JURISDICAO CONSTITUCIONAL PARA A CONSOLIDACAO DA DEMOCRACIA EM AFRICA".



Declaro aberta a CONFERENCIA INTERNACIONAL "AS CONSTITUICOES E A ESTABILIDADE DOS ESTADOS DEMOCRATICOS E DE DIREITO EM AFRICA" e desejo a todos os participantes frutuosos debates.



Muito obrigado.!.....