Contador

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Hino Nacional de Angola

Hino da Angola

O Pátria, nunca mais esqueceremos
Os heróis do Quatro de Fevereio.
O Pátria, nós saudamos os teus filhos
Tombados pela nossa Independência.
Honramos o passado e a nossa História,
Construindo no Trabalho o Homem novo,
(repetir as duas linhas anteriores)

Coro
Angola, avante!
Revolução, pelo Poder Popular!
Pátria Unida, Liberdade,
Um só povo, uma só Nação!
(repetir coro)

Levantemos nossas vozes libertadas
Para glóriados povos africanos.
Marchemos, combatentes angolanos,
Solidários com os povos oprimidos.
Orgulhosos lutaremos Pela Paz
Com as forças progressistas do mundo.
(repetir as duas linhas anteriores)

Letra: Manuel Rui Monteiro
Musica: Rui Mingas

Lançamento do livro de Lueji Dharma em Angola



Um bem haja à Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, à Associação de Estudantes de Medicina e às Negras de Impacto (lindas de morrer!!!!!!)

O Lançamento já foi! A realização de um sonho aconteceu em Luanda...e bem melhor do que eu imaginei. Ao som de cânticos a história progrediu e tomou conta de mim. No meio de tudo já não sei se não me trasnsformei em personagem do livro e estou a viver um sonho. Em vez do Leão Magno, personagem, saltar para a vida real a escritora é que se transformou na Lueji e neste momento a realidade se confunde com a história. Pois é e a Lueji continua a lutar por esse amor impossível. Sim, porque não? Já que ele transformou a sua vida, ao menos que a alimente, que a eleve e que a torne numa mulher de sonho - Lueji Dharma the Writer!



As vendas aumentaram perante a beleza exótica da modelo

No mundo tudo se transforma a velocidades alucinantes, mas infelizmente apenas alguns verificam essas mudanças. Essa capacidade pertence apenas aqueles que observam, que param o tempo para viver e sonhar. O mundo real perante os olhos da alma não existe. E perante os olhos da alma e dos sonhos outro mundo reaparece. Surpreendentemente a névoa que nos tapa a visão lentamente desaparece...e o impossível se torna possível.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

uma realidade encenada


Ontem, perante o olhar do António bento lembrei-me de uma forma de motivar os meninos e de os ocupar nos fins-de-semana. E como uma criança que teve uma ideia contei que pretendia juntá-los para realizar peças de teatro em que eles falam de suas histórias. E nesta história encenada reverter as suas realidades. Sim, eles foram excluídos, mas não por serem maus, feiticeiros...mas pelo contrário estes meus meninos são especiais. Retirados do seu habitat para porque são especialmente mágicos. Não morreram perante a tristeza, a fome, os maus tratos, a tortura, a doença...sim eles tudo venceram. E não pelo feitiço mas pela vida que tranportam no seu interior. Os sonhos que embora escondidos se acumulam nos seus corações gigantescos.
E vou mesmo incutir-lhes esta realidade nas suas mentes distorcidas pelo ódio. Porque já diziam os sábios: a realidade é aquilo que nós cremos ser...e eu quero muito que eles acreditem que são seres especiais, com poderes mágicos que lhes permitem salvar-se e salvar outros...

Um futuro risonho...


O Arnaldo tinha uma ferida por desinfectar! teve lepra e é epilético...mas de feiticeiro: NADA!

O amor é sofredor, é benigno: o amor não é invejoso: o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha..." 1 Corintio 13:4-8

Confesso que ver aqueles miúdos mais soltos, deixou-me mais à vontade. Alguns já se aproximavam, mas o toque era algo indesejável ou constrangedor. O Assistente Social, Anselmo fez uma apresentação do Centro desde a sua fundação em 1983 para acolher os meninos da guerra. Um projecto que se iniciou com uma tenda para depois evoluir para várias tendas...e finalmente um conjunto de edifícios condignos mas sem qualquer grau de conforto. Visionei logo um futuro mais acolhedor, uma sala de brinquedos, quartos e não camaratas, psicólogos, ateliers, um refeitório sem o ar de prisão, um terreiro relvado, flores e trepadeiras, um sem número de mimos que estes meninos merecem...
O Anselmo terminou a descrição e eu perguntei-lhe a principal razão pela qual os meninos estavam nesta situação. E ele com um ar de quem está em dificuldade, perguntou-me:
-É angolana?
-Sim, sou!
-Mas está a par das nossas tradições?
-penso que sim...disse a medo
-Pois a principal razão é as acusações de feitiço que recaem sobre estes meninos
-Feitiço? Como assim?
-Os pais destes meninos julgam que os azares advém destes meninos manobrarem feitiços. Em geral, quando um parente mais velho adoece ou morre deixa o seu legado sobrenatural a um familiar. A ida ao kimbandeiro garante um culpado, normalmente uma criança, que após muita tortura e interrogatório acaba por confessar ter praticado um feitiço. E perante este facto, são expulsos de casa e da família. Infelizmente estes correspondem à maior parte dos casos que temos cá.
- Não admira que eles não consigam assumir porque estão cá...e nem consigam falar dos familiares.

Volto-me para o grupo que agora vê o filme que trouxemos, e penso que nenhuma vida estagna mediante um passado. Não há karma que impeça a evolução e a prosperidade, tudo depende da visão e do sonho de cada um. Crer e persistir em concretizar esse sonho é o que nos eleva a alma (por mais impossível que se assemelhe). Se tens um sonho persegue-o. Claro! Não esperes um caminho coberto por tapetes vermelhos e ladeado de buffets ricos. Não...não esperes isso. É dificil, é contra-corrente, é saltar sem pára-quedas e tudo pode acontecer...mesmo tudo! Nada é impossível perante a força de um sonho! Era só isto que tinha de preencher as mentes destes meninos do feitiço.

domingo, 16 de agosto de 2009

Meninos feiticeiros! Não importa o passado...


“Não importa qual tenha sido o passado de uma pessoa: seu futuro é imaculado”.
Ditado popular

Perante o convite para ir ao Centro de Acolhimento de crianças em Palanca- Luanda fiquei assustada, pela enorme responsabilidade desse acto. Tinha medo de me sentir pequena perante aquelas almas destroçadas, perante cenários de miséria, medo...talvez de ser incapaz de me confrontar com mundos que só vejo nos noticiários e televisões. Mas, sacudi todo esse medo e aceitei com toda a responsabilidade o convite de um jovem estudante de medicina. Este, na cadeira de Saúde Comunitária acabou por travar conhecimento com o centro fundado pelo padre Horácio da instituição Verbo Divino e acabou por realizar um peditório que iria entregar aos meninos. Acabei, mais uma vez, numa sequência de acasos por ser convidada a participar na actividade.
Lá fomos da Maianga até a Palanca a ouvir Amália Rodrigues, intercalada por Kizomba. No carro quatro pessoas, felizes por irem realizar uma actividade meritória, mesmo após uma hora de engarrafamento tremendo. E finalmente chegamos a um pátio coberto de terra vermelha pontuado por um imbondeiro. Os muros pintados de amarelo escondiam um terreiro com árvores e pequenas edifícios de um piso onde as tarefas e as actividades do centro são conduzidas. Acho que ficamos todos agradavelmente surpreendidos pela modestia plena de dignidade de todo o espaço. As crianças correm num pequeno recinto de areia com duas balizas. Embora de dimensões reduzidas é muito útil ao exercício, ao convívio e à necessidade de ser criança daqueles senhores das ruas e da amargura da vida. Fiquei a vê-los até se juntarem a nós para a actividade agendada. Aderiram á actividade mas contrariados. Afinal, estavam a realizar uma actividade fundamental: Brincar...e o que é mais importante que a brincadeira? após entrarmos para o refeitório...ficaram ali a olhar para nós...e eu parada enchi-me de confiança. Foi quando o Edson se lembrou de direccionar a abertura do momento para mim. E, com todos aqueles olhos, àvidos de pressa para irem embora, virados para mim, não hesitei a forçar a minha voz baixa e fina para todos. A plateia não era fácil...
-"todos os dias falam, falam..." - percebi que apenas as palavras não movem aqueles corações. Estas crianças estavam cansadas de palavras e sedentas de amor, de explicações, de certezas e de atenção...não querem palavras. Reduzi a oratória a algumas linhas em que comecei por lhes reconhecer o mérito e o valor. Reconheci, também as dificuldades que os atormentam, mas que sabia que todos eles tinham um sonho. E que os queria ouvir dizer quais e que nunca iam desistir deles. E depois, como se precisasse de algo que me ajudasse a continuar, encaminhei os seus sonhos ao criador. Pois, porque a tarefa de os fazer continuar apesar dos pesares, não é fácil...quem sou eu para lhes pedir isso? Entreguei esse pedido a Deus...e vi alguns olhos abrirem-se mais, como que a perguntarem se existe mesmo! E eu disse: Porque Ele quer o melhor para todos nós...
Calei a minha voz, e esperei profundamente ter suscitado alguma esperança naquelas crianças corrompidas pela dor. Terminadas as apresentações, fomos perguntando um a um os seus nomes e as razões que os levaram às ruas, e por último qual o sonho de cada um.

Lá se foram abrindo e contando timidamente algumas coisas...mas a maior parte recusou-se a falar da família e das razões que os levaram lá...no entanto, os sonhos saltavam das suas bocas como hinos à esperança. Admiravelmente miúdos com limitações físicas queriam ser jogadores de futebol, alguns desejavam ser actores, outros jornalistas...e sem esperar havia um que queria ser batuqueiro! Mas confessou ter desistido desse sonho, pelo de ser padre. E eu na minha ignorância, disse-lhe mas podes ser um padre batuqueiro. E foi quando os olhares se viraram para mim!!!!
- Um Batuqueiro padre? Isso não pode ser!
-Porque não?
-Um padre assaltante!? Onde já se viu...dizia alguém enquanto a sala se libertava numa grande risada.
-Ooppps! isso não pode ser...disse a rir!

domingo, 9 de agosto de 2009

Mulher da Huila





Nunca tive jeito para desenhar...mas tem-me dado para estes devaneios no desenho. e pk não?

Mutu muxima




Na vida há escolhas, caminhos e decisões...e não há receitas feitas. Elas existem, mas não são nossas. São as que nos surgem como o mais acertado, o mais correcto, o mais seguro, o mais rentável...porém não é a nossa escolha, o nosso caminho ou a nossa decisão. Essa só vem de um único espaço primordial - muxima. Sim, só vem do coração.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Kitandeira


kitandeira - Lucilia Camara

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mamoite

terça-feira, 4 de agosto de 2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

angola misteriosa


Mais uma vez percorro as ruas em busca de um significado maior de uma vida. Todas as noites apercebo-me de que ele existe.Não posso crer num mundo limitado às regras mundanas. Luanda tem tudo para fazer acreditar que o mundo é uma selva, onde todos nós somos apenas mais uma peça de um puzzle gigantesco e ilimitado - uma grande obra. Mas nada faz sentido. Leio e releio actos, vidas, vivências, amizades, rotinas, dias e dias e tudo se perde na lógica da batata que teimo em seguir. Realmente só os fracos se agarram à lógica que encerra o tempo e o espaço, e se renega ao sonho. É um caminho árduo e dificil o dos sonhos. Mas é nesse dureza e nesse suor sofrido que se obtém a certeza de uma vida realizada. Ainda me custa a acreditar a realidade em que vivo. Mas retiro o tempo, o espaço e tou noutra esfera. Numa dimensão onde não existe país ou religião, apenas um tempo e um espaço. Um tempo que nunca falta e um espaço que nunca se acaba - o infinito.

sábado, 1 de agosto de 2009

Kuduro




Desde que se mantenha o quadril firme (ou seja o ku-duro), e se abane o corpo ao som da música de forma arritmada e descoordenada, estamos a falar de Kuduro. Um género de dança nascido em Angola e que parece invocar danças tradicionais dos jovens guerreiros.

zungueira...mulher batalhadora





O peso cai sobre a sua espinha dorsal, mas ela ergue-se e equilibrista mantém o sustento na cabeça. São horas a caminhar sobre o sol quente para vender de tudo um pouco. Corre riscos imensos...sujeita a ser vencida a cada instante; mas o amor aos filhos, faz-lhe ser uma deusa. cada passo marca um desafio ultrapassado. Uma inigualável batalha. Uma batalha que comove e faz envergonhar a consciência humana. Ela tudo faz para chegar a casa e por comida no prato. A zongueira é um símbolo nacional da força e família africana.