sábado, 27 de novembro de 2010
A ilusão e a magia na Mesa Bicuda com o mágico Joffre
A arte do ilusionismo desperta nas crianças e adultos a crença em poderes sobrenaturais. Ver um homem fazer desaparecer algo para voltar a fazer aparecer transforma em breves segundos o ilusionista num super-homem.
E até o mais racional dos homens, perante uma ilusão, vê despertada a curiosidade de descobrir o truque.
Na próxima Quinta-feira teremos o prazer de descobrir mais sobre esta arte com a presença de um mágico na Mesa Bicuda.
Lueji Dharma
Movimento Lev'Arte
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Sábio na Mesa Bicuda - 25 de Novembro de 2010
O Sábio encantou o público que teve o prazer de ver desvendado o poeta por detrás dos poemas. Numa desarticulação do Ser, confirmou a negação do ego, em detrimento de um homem que busca acima de tudo a evolução espiritual. Experiência a experiência, mot a mot, o poeta revela-se em profecias que pintam nas telas do presente, o futuro que se almeja. Um futuro assente em princípios que se defendem num vai-vém frenético, sobre o palco, onde o microfone serve de altifalante. Um vai-vém frenético que acompanha o grito da alma que clama o nascimento desse novo mundo. E como qualquer parto, a dor contorce-se em espasmos que se sabe terem fim à vista. Após a tormenta, a alegria viverá.
No final, os princípios de Sábio resumem-se aos do filósofo português Àlvaro Ribeiro:"cultura da fraternidade universal e o culto prestado a Nosso Pai".
Humilde e a tentar vencer o ego que o persegue, verbaliza um pensamento íntimo: "Não invento nada apenas tento seguir a máxima de Cristo: amar o próximo como a mim mesmo". E deixa-se guiar por um cristianismo iluminado por horas de meditação. Sábio reconhece na dor e na aflição desafios para vencer o egocentrismo que vê no centro do mal.
E como quem foge de si mesmo, refugia-se na meditação para imaginar mundos que ponham fim à fealdade que ofusca a beleza que descreve em poemas.
O amor à Arte e ao próximo levam-no a vencer o isolamento para enfrentar os palcos luandenses, desfilando palavras ritmadas pelo cantar da alma tantas vezes incompreendido. É com tristeza que diz "do mesmo modo que me aplaudem também me atiram pedras. O que tento fazer é juntar as duas partes e crescer; porém, a tendência é cair na auto-censura". Uma auto-censura que se impõe no limite do que pode ser ofensivo para outro ser. É nesse sentido que evita incorrer na banalização, na vulgarização da palavra e no discurso retórico.
Embora reconheça na capacidade de "poetizar" um dom, sente que tudo seria mais fácil se todos pudessem partilhar das mesmas inspirações e visões. É neste sentido que questiona: "Porquê que não somos todos poetas?"
Este paradigma permanece insolúvel na sua mente, e mesmo perante uma biblioteca recheada de livros de poetas que teve o prazer de ler não consegue encontrar resposta. Na biblioteca que recebeu de herança paternal pôde ler Fernando Pessoa, Viriato Neto, Agostinho Neto, António Jacinto, Camões... e embora de forma natural começasse a escrever poemas aos 11 anos, entende que a sua evolução como homem das artes reside nessas horas de leitura que partilhou com esses autores.
Perante a questão de como define a poesia, Sábio não hesitou em descrevê-la como "uma expressão do sentimento em estado de oração".
E como quem pretende embalsamar a dor no mundo grita no vai-vém frenético de animal de palco: Vai passar... vai passar a dor, a fome, a falta de sexo...
"Vai passar", "Vai mudar" soam a canções de embalar ao comum dos mortais que tenta todos os dias manter a fé num futuro melhor. E Sábio a fugir a esta moralidade mundana remete-se a responsabilidade de viver a liberdade poética em mundos da vanguarda profética.
"Vai passar, vai mudar" ... porque é assim que Sábio antevê o futuro no presente.
No final, os princípios de Sábio resumem-se aos do filósofo português Àlvaro Ribeiro:"cultura da fraternidade universal e o culto prestado a Nosso Pai".
Humilde e a tentar vencer o ego que o persegue, verbaliza um pensamento íntimo: "Não invento nada apenas tento seguir a máxima de Cristo: amar o próximo como a mim mesmo". E deixa-se guiar por um cristianismo iluminado por horas de meditação. Sábio reconhece na dor e na aflição desafios para vencer o egocentrismo que vê no centro do mal.
E como quem foge de si mesmo, refugia-se na meditação para imaginar mundos que ponham fim à fealdade que ofusca a beleza que descreve em poemas.
O amor à Arte e ao próximo levam-no a vencer o isolamento para enfrentar os palcos luandenses, desfilando palavras ritmadas pelo cantar da alma tantas vezes incompreendido. É com tristeza que diz "do mesmo modo que me aplaudem também me atiram pedras. O que tento fazer é juntar as duas partes e crescer; porém, a tendência é cair na auto-censura". Uma auto-censura que se impõe no limite do que pode ser ofensivo para outro ser. É nesse sentido que evita incorrer na banalização, na vulgarização da palavra e no discurso retórico.
Embora reconheça na capacidade de "poetizar" um dom, sente que tudo seria mais fácil se todos pudessem partilhar das mesmas inspirações e visões. É neste sentido que questiona: "Porquê que não somos todos poetas?"
Este paradigma permanece insolúvel na sua mente, e mesmo perante uma biblioteca recheada de livros de poetas que teve o prazer de ler não consegue encontrar resposta. Na biblioteca que recebeu de herança paternal pôde ler Fernando Pessoa, Viriato Neto, Agostinho Neto, António Jacinto, Camões... e embora de forma natural começasse a escrever poemas aos 11 anos, entende que a sua evolução como homem das artes reside nessas horas de leitura que partilhou com esses autores.
Perante a questão de como define a poesia, Sábio não hesitou em descrevê-la como "uma expressão do sentimento em estado de oração".
E como quem pretende embalsamar a dor no mundo grita no vai-vém frenético de animal de palco: Vai passar... vai passar a dor, a fome, a falta de sexo...
"Vai passar", "Vai mudar" soam a canções de embalar ao comum dos mortais que tenta todos os dias manter a fé num futuro melhor. E Sábio a fugir a esta moralidade mundana remete-se a responsabilidade de viver a liberdade poética em mundos da vanguarda profética.
"Vai passar, vai mudar" ... porque é assim que Sábio antevê o futuro no presente.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O caminho certo
O caminho certo
A vida é feita de opções, é mais que certo e sabido. Mas saber qual a opção certa e se existe, torna-se uma discussão filosófica interminável. Várias correntes assentes em princípios divergentes apresentam teorias aparentemente lógicas. Mas certeza certa? Depende da fé de cada um.
1ª teoria - O caminho mais difícil leva à felicidade. Temos que ser felizes perante os obstáculos. Siga o seu coração!
2ª teoria - O homem nasceu para ser feliz. Escolha sempre o caminho da facilidade não complique. É nesses momentos de extrema felicidade que você vai encontrar forças para vencer os obstáculos que surgem sempre.
3ª teoria - O homem está na terra para ir vivendo; tem pouca responsabilidade pelo que lhe acontece na vida apenas tem de com os recursos que se lhe apresentam fazer o melhor.
A minha teoria assente em experiência é que nada é certo no global. Pode ser certo num dado momento e para um grupo de pessoas ou apenas para uma. No fundo e como já defendia Einstein tudo é relativo! Até a dor! E é nessa relatividade que temos de enfrentar todos os momentos ajustando-nos a cada realidade. Claro que numa sucessão de realidades, vivências, sucessos e obstáculos tem de haver um fio condutor. E esse fio condutor é nada menos que a nossa história, o nosso EU! Assim, a ideia é fazer da nossa vida a história que queremos contar! E de nós mesmos o herói que queremos ser!
"Lugar aos Novos" - Concurso para contos angolanos
MESA BICUDA A APOIAR A LITERATURA ANGOLANA E A DAR LUGAR AOS NOVOS
REGULAMENTO DO CONCURSO LITERÁRIO «LUGAR AOS NOVOS»
Instituição
A editora angolana Edilivro – Editores e Livreiros promove, a partir de Novembro de 2010, o Concurso Literário «Lugar aos Novos».
Objectivos
Este concurso tem como finalidades desenvolver a habilidade de escrita criativa e divulgar novos trabalhos literários de qualidade em Angola.
Destinatários
O concurso destina-se a todos os interessados cuja idade não exceda os 35 anos de idade.
Modalidade
1. É admitida a concurso a produção literária pertencente à modalidade conto.
2. O conto deve ser inédito, escrito em português, apresentados em formato Word, tendo um número não superior a 30.000 caracteres com espaços.
3. A cada concorrente só é permitida a entrega de um trabalho.
Apresentação de Candidaturas
1. Os trabalhos devem ser assinados com nome próprio ou pseudónimo e enviados até 31 de Janeiro, acompanhados de uma pequena biografia, para os seguintes endereços: jcerejeira@edilivro.co.ao e gildoseca@hotmail.com.
Júri
As obras serão avaliadas por um painel de 5 jurados habilitados.
Divulgação dos resultados
1. Os resultados serão divulgados a 30 de Abril de 2011. As obras seleccionadas serão publicadas numa colectânea de contos, a ser editada pela Edilivro.
Luanda, 22 de Novembro de 2010
O Director Executivo,
Jorge Cerejeira
Marcadores:
Edilivro concurso de contos "lugar aos novos"
sábado, 20 de novembro de 2010
Mundo Maravilhoso - Louis Armstrong
Que Mundo Maravilhoso
Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer para mim e você
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso
Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso
As cores do arco-íris, tão bonitas no céu
Estão também nos rostos das pessoas que se vão
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como você vai?"
Eles realmente dizem: "eu te amo!"
Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles aprenderão muito mais que eu jamais saberei
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso
Sim, eu penso comigo... que mundo maravilhoso
Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer para mim e você
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso
Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso
As cores do arco-íris, tão bonitas no céu
Estão também nos rostos das pessoas que se vão
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como você vai?"
Eles realmente dizem: "eu te amo!"
Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles aprenderão muito mais que eu jamais saberei
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso
Sim, eu penso comigo... que mundo maravilhoso
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Novo livro: A Dama do Véu!
O Nome do Bar
Ela estava furiosa com esse tal de Balthazar. Mandaram-na investigar um crime e a testemunha principal desconhecia o nome do bar onde passava as noites há pelo menos dois anos. Que raio de homem era aquele?! Ainda por cima pedia-lhe que o chamasse de Balthazar sem que esse fosse o seu nome verdadeiro. Porra para estes gajos! E quem era a gaja que jazia morta no chão frio daquele bar completamente gorduroso e baço? Ainda não tinha tido vontade de levantar o lençol que tapava o corpo. Evitava tocar nos objectos que ali se encontravam pois pressentia que se colaria a ela uma massa viscosa resultante da mistura de fumo, gordura de fritos, hálito alcoólico e suor de corpos extenuados em dias de trabalho árduo!
- Mas como se chama este bar afinal? – virou-se ela para o suposto dono do bar que encolhia os ombros. Balthazar olhava incrédulo para o barman : também ele não sabia? – questionava-se.
- Heineken? – rematou Balthazar para quebrar o silêncio incómodo que aquela situação causava.
-Não creio! – retorquiu a inspectora, enquanto fazia soar os saltos das botas de cano alto sobre o pavimento em direcção à rua. A porta de madeira ao estilo dos ranchos americanos rangeu ruidosamente enquanto ela saía em direcção à calçada de basalto e calcário que compunha a rua da Baixa Pombalina. Conseguiam ouvir o toc toc dos saltos sobre a calçada enquanto ela dizia qualquer coisa a alguém. Parecia estar ao telefone.
- Bem que me apetecia ficar em casa hoje. Mas algo me disse para vir ver o jogo do Benfica neste bar. Ao qual chamo o Bar! – suspirou Balthazar esgotado daquela situação.
-Eu também sempre o chamo de Bar… aliás toda a gente o chama de Bar! – disse o barman a encolher os ombros. Os restantes clientes também anuíram perante aquele desabafo.
-Agora queremos ir para casa… mas parece que a noite vai ser longa. Esta maluca parece que quer passar aqui a noite… ainda não viu o corpo e apenas está preocupada com o nome do bar - retorquiu o cliente motoqueiro que era presença assídua daquele bar.
-Do nome do bar até o nome da vítima, podemos passar aqui noites – riu-se Balthazar sem encontrar reciprocidade nos outros hóspedes à força daquele bar.
-Eu penso que tu é que deves ficar; és a testemunha principal. Foste tu que encontraste o corpo. Nós apenas poderíamos deixar os nomes, e ser chamados em função do teu depoimento. – disse o motoqueiro de forma expedita.
-Concordo - disse a única cliente do bar, para espanto de Balthazar que se via preso a um corpo que tivera o azar de encontrar e conhecer numa noite. Apaixonara-se pela sua inocência, mas nada o fazia prever esta morte. Uma morte que tinha os requintes de homicídio.
-Não é bem assim! A verdade é que todos somos suspeitos deste crime. E talvez, eu seja o menos suspeito – contornou Balthazar a estratégia dos outros. Eu só conheci esta rapariga neste bar. E vocês?
-Eu também! – responderam em coro irritados.
-Eu nem a vi morta ou viva. Só sei que está aqui um corpo neste espaço e mais nada – confirmou a cliente derramando as últimas gotas do copo de gin tónico na boca. Será que ainda podes servir outro? – questionou ela ao barman.
-Nem sei! Terei de perguntar à inspectora que parece que não larga o telefone!
Calaram-se quando ouviram a porta a ranger, e os saltos baterem sobre o pavimento.
-Heineken é o nome da publicidade lá fora. Mas é o nome de uma cerveja e não do bar.
-Claro, claro – anuiu Balthazar a perceber a razão da sua confusão.
-Este bar está registado com o nome de a “Dama do véu” e o logótipo é a imagem de uma mulher com um véu a cobrir a face. Tive a observar e ainda se vê embora muito encoberta pela sujidade esse logótipo. Um véu cor-de-rosa que cobre a boca, o nariz e o cabelo. Apenas fica a descoberto os olhos azuis.
Balthazar caíu sobre a cadeira. A mulher que encontrara no chão da casa de banho tinha enrolado na face um véu cor-de-rosa. Na altura julgou que ela morrera sufocada… apenas isso. Um desmaio que a sufocara. Agora começava a sentir que poderia estar mesmo diante de um homicídio. E outra coincidência assentava na cor azul dos olhos da rapariga. Lembrava-se perfeitamente daquele olhar azul cuja cor ficava mais intensa com o corar da sua face. Sentia-se desfalecer num turbilhão de sentimentos. Afinal o que se estava a passar?
-Em que pensa? – cortou a inspectora friamente o pensamento de Balthazasar.
-A rapariga tinha um véu cor-de-rosa na face quando a encontrei.
A sala libertou uma exclamação seguida por um silêncio tumular cortado por leves arrepios. Um véu cor-de-rosa, uma mulher, a Dama do Véu! O nome do bar…
- Aconselho a que se mantenham calmamente nos vossos lugares. Vou averiguar novamente a cena do crime e já venho fazer as minhas perguntas… e tentar despachar-vos. Sei que querem todos ir para casa e eu não vos quero prender cá. Ela sabia que tinha de ter aquelas pessoas do seu lado para que o caso fosse resolvido de forma rápida. Teria que conquistar a maior parte deles e fazê-los falar o que ela precisava de ouvir. De preferência sem que eles se dessem conta que ela precisava do seu apoio. Tinha que os deixar à vontade para virem ter com ela e desabafarem. Ela só precisava estar atenta às verdadeiras intenções por detrás de cada confissão.
-Posso pedir ao barman outro gin tónico?
-E eu outra cerveja?
Antes de responder dirigiu-se ao bar e retirou a sua PDA com a qual registou fotograficamente todo o bar pela segunda vez. Tentou apanhar panorâmicas que mais tarde sabia poder juntar de forma a recriarem todo o espaço. Esse fazedor de espaços tratava-se de um programa informático que a esquadra havia adquirido. Aquele programa permitia recriar a sala numa estrutura tridimensional. O bar era refeito à imagem e semelhança daquele momento. Mas havia algo que o comum dos mortais desconhecia existir naquela máquina. Aquela máquina conseguia sentir intenções e a alma dos intervenientes. A máquina baseava-se na lei de que tudo no mundo é energia… e essa energia é quantificável e capaz de ser lida. Um processo complicado mas que permite recriar um mundo onde as consciências também são lidas.
-Pode sim, mas sem movimentar muitos objectos. Apenas o necessário - disse ela, sorrindo e conferindo uma palmada no ombro do barman. - Não tarda nada e estamos todos nas nossas caminhas.
A sala suspirou perante aquele súbito acesso de humanidade da inspectora. Quando ela entrou parecia estar prestes a mandar entrar uma matilha de cães para os comer e agora sem se saber porquê parecia estar imensamente preocupada com todos os intervenientes.
Ouviram-na afastar-se ao ritmo de flashs que saíam daquela espécie de telemóvel altamente tecnológico. Parecia uma simples folha de papel branco que tinha as funções que ela magicava na sua mente. Tinha um ar altamente vanguardista e ao mesmo tempo a simplicidade de uma folha de papel onde tudo pode ser criado e recriado.
- A dama do véu! – Entoou a cliente enquanto fazia deslizar o gin tónico na garganta seca.
-Tu que a conheceste ela disse como se chamava? - perguntou o motoqueiro ainda a sentir o peso da rejeição dessa dama do véu no corpo. Ele tinha a visto entrar e oferecera-se para lhe pagar um copo. Mas ela nem se dera ao trabalho de responder e sentara-se ao lado de Balthazar.
-Não disse o nome – respondeu prontamente Balthazar enquanto matava a sede numa garrafa de água gelada. O corpo todo tomava a forma do medo. Toda aquela situação retirava-o da sua órbita mundana. E sem saber bem porquê pressentia que ele seria o culpado de todo aquele crime. Conseguia ver-se a ser acusado de homicídio. Revia vezes sem conta os momentos anteriores à ida ao quarto de banho. E não conseguia ver outro culpado que não fosse ele. Não entrou e não saiu ninguém do bar.
Ela estava furiosa com esse tal de Balthazar. Mandaram-na investigar um crime e a testemunha principal desconhecia o nome do bar onde passava as noites há pelo menos dois anos. Que raio de homem era aquele?! Ainda por cima pedia-lhe que o chamasse de Balthazar sem que esse fosse o seu nome verdadeiro. Porra para estes gajos! E quem era a gaja que jazia morta no chão frio daquele bar completamente gorduroso e baço? Ainda não tinha tido vontade de levantar o lençol que tapava o corpo. Evitava tocar nos objectos que ali se encontravam pois pressentia que se colaria a ela uma massa viscosa resultante da mistura de fumo, gordura de fritos, hálito alcoólico e suor de corpos extenuados em dias de trabalho árduo!
- Mas como se chama este bar afinal? – virou-se ela para o suposto dono do bar que encolhia os ombros. Balthazar olhava incrédulo para o barman : também ele não sabia? – questionava-se.
- Heineken? – rematou Balthazar para quebrar o silêncio incómodo que aquela situação causava.
-Não creio! – retorquiu a inspectora, enquanto fazia soar os saltos das botas de cano alto sobre o pavimento em direcção à rua. A porta de madeira ao estilo dos ranchos americanos rangeu ruidosamente enquanto ela saía em direcção à calçada de basalto e calcário que compunha a rua da Baixa Pombalina. Conseguiam ouvir o toc toc dos saltos sobre a calçada enquanto ela dizia qualquer coisa a alguém. Parecia estar ao telefone.
- Bem que me apetecia ficar em casa hoje. Mas algo me disse para vir ver o jogo do Benfica neste bar. Ao qual chamo o Bar! – suspirou Balthazar esgotado daquela situação.
-Eu também sempre o chamo de Bar… aliás toda a gente o chama de Bar! – disse o barman a encolher os ombros. Os restantes clientes também anuíram perante aquele desabafo.
-Agora queremos ir para casa… mas parece que a noite vai ser longa. Esta maluca parece que quer passar aqui a noite… ainda não viu o corpo e apenas está preocupada com o nome do bar - retorquiu o cliente motoqueiro que era presença assídua daquele bar.
-Do nome do bar até o nome da vítima, podemos passar aqui noites – riu-se Balthazar sem encontrar reciprocidade nos outros hóspedes à força daquele bar.
-Eu penso que tu é que deves ficar; és a testemunha principal. Foste tu que encontraste o corpo. Nós apenas poderíamos deixar os nomes, e ser chamados em função do teu depoimento. – disse o motoqueiro de forma expedita.
-Concordo - disse a única cliente do bar, para espanto de Balthazar que se via preso a um corpo que tivera o azar de encontrar e conhecer numa noite. Apaixonara-se pela sua inocência, mas nada o fazia prever esta morte. Uma morte que tinha os requintes de homicídio.
-Não é bem assim! A verdade é que todos somos suspeitos deste crime. E talvez, eu seja o menos suspeito – contornou Balthazar a estratégia dos outros. Eu só conheci esta rapariga neste bar. E vocês?
-Eu também! – responderam em coro irritados.
-Eu nem a vi morta ou viva. Só sei que está aqui um corpo neste espaço e mais nada – confirmou a cliente derramando as últimas gotas do copo de gin tónico na boca. Será que ainda podes servir outro? – questionou ela ao barman.
-Nem sei! Terei de perguntar à inspectora que parece que não larga o telefone!
Calaram-se quando ouviram a porta a ranger, e os saltos baterem sobre o pavimento.
-Heineken é o nome da publicidade lá fora. Mas é o nome de uma cerveja e não do bar.
-Claro, claro – anuiu Balthazar a perceber a razão da sua confusão.
-Este bar está registado com o nome de a “Dama do véu” e o logótipo é a imagem de uma mulher com um véu a cobrir a face. Tive a observar e ainda se vê embora muito encoberta pela sujidade esse logótipo. Um véu cor-de-rosa que cobre a boca, o nariz e o cabelo. Apenas fica a descoberto os olhos azuis.
Balthazar caíu sobre a cadeira. A mulher que encontrara no chão da casa de banho tinha enrolado na face um véu cor-de-rosa. Na altura julgou que ela morrera sufocada… apenas isso. Um desmaio que a sufocara. Agora começava a sentir que poderia estar mesmo diante de um homicídio. E outra coincidência assentava na cor azul dos olhos da rapariga. Lembrava-se perfeitamente daquele olhar azul cuja cor ficava mais intensa com o corar da sua face. Sentia-se desfalecer num turbilhão de sentimentos. Afinal o que se estava a passar?
-Em que pensa? – cortou a inspectora friamente o pensamento de Balthazasar.
-A rapariga tinha um véu cor-de-rosa na face quando a encontrei.
A sala libertou uma exclamação seguida por um silêncio tumular cortado por leves arrepios. Um véu cor-de-rosa, uma mulher, a Dama do Véu! O nome do bar…
- Aconselho a que se mantenham calmamente nos vossos lugares. Vou averiguar novamente a cena do crime e já venho fazer as minhas perguntas… e tentar despachar-vos. Sei que querem todos ir para casa e eu não vos quero prender cá. Ela sabia que tinha de ter aquelas pessoas do seu lado para que o caso fosse resolvido de forma rápida. Teria que conquistar a maior parte deles e fazê-los falar o que ela precisava de ouvir. De preferência sem que eles se dessem conta que ela precisava do seu apoio. Tinha que os deixar à vontade para virem ter com ela e desabafarem. Ela só precisava estar atenta às verdadeiras intenções por detrás de cada confissão.
-Posso pedir ao barman outro gin tónico?
-E eu outra cerveja?
Antes de responder dirigiu-se ao bar e retirou a sua PDA com a qual registou fotograficamente todo o bar pela segunda vez. Tentou apanhar panorâmicas que mais tarde sabia poder juntar de forma a recriarem todo o espaço. Esse fazedor de espaços tratava-se de um programa informático que a esquadra havia adquirido. Aquele programa permitia recriar a sala numa estrutura tridimensional. O bar era refeito à imagem e semelhança daquele momento. Mas havia algo que o comum dos mortais desconhecia existir naquela máquina. Aquela máquina conseguia sentir intenções e a alma dos intervenientes. A máquina baseava-se na lei de que tudo no mundo é energia… e essa energia é quantificável e capaz de ser lida. Um processo complicado mas que permite recriar um mundo onde as consciências também são lidas.
-Pode sim, mas sem movimentar muitos objectos. Apenas o necessário - disse ela, sorrindo e conferindo uma palmada no ombro do barman. - Não tarda nada e estamos todos nas nossas caminhas.
A sala suspirou perante aquele súbito acesso de humanidade da inspectora. Quando ela entrou parecia estar prestes a mandar entrar uma matilha de cães para os comer e agora sem se saber porquê parecia estar imensamente preocupada com todos os intervenientes.
Ouviram-na afastar-se ao ritmo de flashs que saíam daquela espécie de telemóvel altamente tecnológico. Parecia uma simples folha de papel branco que tinha as funções que ela magicava na sua mente. Tinha um ar altamente vanguardista e ao mesmo tempo a simplicidade de uma folha de papel onde tudo pode ser criado e recriado.
- A dama do véu! – Entoou a cliente enquanto fazia deslizar o gin tónico na garganta seca.
-Tu que a conheceste ela disse como se chamava? - perguntou o motoqueiro ainda a sentir o peso da rejeição dessa dama do véu no corpo. Ele tinha a visto entrar e oferecera-se para lhe pagar um copo. Mas ela nem se dera ao trabalho de responder e sentara-se ao lado de Balthazar.
-Não disse o nome – respondeu prontamente Balthazar enquanto matava a sede numa garrafa de água gelada. O corpo todo tomava a forma do medo. Toda aquela situação retirava-o da sua órbita mundana. E sem saber bem porquê pressentia que ele seria o culpado de todo aquele crime. Conseguia ver-se a ser acusado de homicídio. Revia vezes sem conta os momentos anteriores à ida ao quarto de banho. E não conseguia ver outro culpado que não fosse ele. Não entrou e não saiu ninguém do bar.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Dia 18 de Novembro - O Pensamento Filosófico e a Escola na Mesa Bicuda
A Mesa Bicuda num diálogo com escritor e jornalista Costa Bruno abordou o sentido da Escola na Literatura. A Escola foi definida segundo o seu significado etimológico que relaciona "escola" com "escol", afastando o conceito do entendimento mais corrente segundo o qual a Escola é o lugar físico. Perante a ideia exposta a transmissão do saber realiza-se pessoa a pessoa, ou se quisermos, na relação entre mestre e discípulo.É neste relacionamento que se desenvolve a liberdade de aprender e a liberdade de ensinar.Para Costa Bruno esta forma de transmissão de conhecimento é o arquétipo da relação entre professor e aluno. Neste contexto, referiu o paralelismo deste arquétipo com o da transmissão do conhecimento na cultura tradicional angolana.
Salientou, ainda, o desafio que se põe ao modelo universitário na integração e defesa dos valores e princípios da sabedoria tradicional.
Costa Bruno deu ainda o testemunho da sua iniciação literária na Escola da Filosofia Portuguesa onde foram criados valores como Agostinho da Silva, António Quadros entre outros. Sublinhou a importância dos princípios da Filosofia Clássica (Verdade, Bem e Beleza)e das virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade) para o pensamento filosófico. Basta que um homem pense para que o mundo seja salvo afirmou viajando da teoria para a prática.
Referindo-se à importância das tertúlias para a literatura, poesia e filosofia defendeu que a oralidade é o que melhor transmite a tradição que dá significado às palavras. Neste sentido, focou a questão do autodidatismo. Sem negar que o espírito toca em quem procura há determinados graus do pensamento que são mais facilmente acessíveis ou compreendidos pela tradição oral.
Salientou, ainda, o desafio que se põe ao modelo universitário na integração e defesa dos valores e princípios da sabedoria tradicional.
Costa Bruno deu ainda o testemunho da sua iniciação literária na Escola da Filosofia Portuguesa onde foram criados valores como Agostinho da Silva, António Quadros entre outros. Sublinhou a importância dos princípios da Filosofia Clássica (Verdade, Bem e Beleza)e das virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade) para o pensamento filosófico. Basta que um homem pense para que o mundo seja salvo afirmou viajando da teoria para a prática.
Referindo-se à importância das tertúlias para a literatura, poesia e filosofia defendeu que a oralidade é o que melhor transmite a tradição que dá significado às palavras. Neste sentido, focou a questão do autodidatismo. Sem negar que o espírito toca em quem procura há determinados graus do pensamento que são mais facilmente acessíveis ou compreendidos pela tradição oral.
sábado, 13 de novembro de 2010
Sebastião Eduardo - pintura africana
O pintor Sebastião Eduardo constitui um fiel representante da arte africana no mundo actual. A par das técnicas modernas os seus quadros bebem da riqueza, simbolismo e significado da ancestralidade histórica de África.
As suas pinturas recuperam no mundo ocidental a inestimável estética e a sabedoria do imaginário desse continente outrora Berço da Humanidade.
As formas aparentemente abstractas permitem reconhecer paisagens humanas e naturais enquadradas por elementos culturais e artísticos de elevado simbolismo nos rituais africanos.
No quadro SD064 , sob o olhar da lua e por entre árvores dois guerreiros dançam, denunciando nesta narrativa desenhada um arquétipo presente no inconsciente colectivo da mitologia africana.
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pintura angolana africa mitologia simbolismo
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Nga-Vutuka na Mesa Bicuda: os jovens escritores
Mais uma Mesa Bicuda decorreu no dia 11 de Novembro de 2010, desta vez, dedicada à literatura feita por jovens e à literatura feita para jovens (literatura infanto-juvenil).
No decorrer da entrevista a Nga-Vutuka, um jovem escritor, constatou-se a diferença entre literatura e literatura infanto-juvenil. O entrevistado considera que na literatura infanto-juvenil deverá acima de tudo privilegiar a imaginação de forma a promover a criatividade dos jovens. O conhecimento de novos arquétipos permite aos jovens a melhor compreensão do mundo.
Por outro lado, o escritor salienta que actualmente a escrita dos jovens, embora criativa e original, é muito criticada por escritores consagrados que referem a falta de qualidade das obras. Reconhece também a necessidade da tradição tertuliar da literatura. Neste sentido, destaca o papel do Jorge Macedo na iniciação das novas gerações num ideal literário. Por exemplo, a disciplina e a exigência de trabalho na tertúlia passava por apresentação de textos sugeridos por Jorge Macedo aos seus discípulos semanalmente. A leitura e análise em conjunto despertavam vocação artística e aumentavam a qualidade gramatical, semântica e estilística.
Quanto à situação cultural da literatura angolana feita por jovens parafraseou Jorge Macedo que numa entrevista afirma o seguinte: “a literatura angolana está numa transição perigosa”. A citação serviu a Nga-Vutuka para assinalar a decadência da tradição artística desde os finais dos anos 70 até à actualidade, em parte pela ausência de escola.
À falta de tradição artística, os jovens limitam a sua imaginação às realidades mais imediatas, entre as quais, a oralidade de cariz histórica e social. A ausência de hábitos de leitura, a falta de bibliotecas e de livros foram algumas das causas apontadas pelo escritor para a decadência da literatura. Não obstante as dificuldades Nga-Vutuka reconhece nas novas gerações potencialidades artísticas na literatura.
No decorrer da entrevista a Nga-Vutuka, um jovem escritor, constatou-se a diferença entre literatura e literatura infanto-juvenil. O entrevistado considera que na literatura infanto-juvenil deverá acima de tudo privilegiar a imaginação de forma a promover a criatividade dos jovens. O conhecimento de novos arquétipos permite aos jovens a melhor compreensão do mundo.
Por outro lado, o escritor salienta que actualmente a escrita dos jovens, embora criativa e original, é muito criticada por escritores consagrados que referem a falta de qualidade das obras. Reconhece também a necessidade da tradição tertuliar da literatura. Neste sentido, destaca o papel do Jorge Macedo na iniciação das novas gerações num ideal literário. Por exemplo, a disciplina e a exigência de trabalho na tertúlia passava por apresentação de textos sugeridos por Jorge Macedo aos seus discípulos semanalmente. A leitura e análise em conjunto despertavam vocação artística e aumentavam a qualidade gramatical, semântica e estilística.
Quanto à situação cultural da literatura angolana feita por jovens parafraseou Jorge Macedo que numa entrevista afirma o seguinte: “a literatura angolana está numa transição perigosa”. A citação serviu a Nga-Vutuka para assinalar a decadência da tradição artística desde os finais dos anos 70 até à actualidade, em parte pela ausência de escola.
À falta de tradição artística, os jovens limitam a sua imaginação às realidades mais imediatas, entre as quais, a oralidade de cariz histórica e social. A ausência de hábitos de leitura, a falta de bibliotecas e de livros foram algumas das causas apontadas pelo escritor para a decadência da literatura. Não obstante as dificuldades Nga-Vutuka reconhece nas novas gerações potencialidades artísticas na literatura.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Sixckim na Mesa Bicuda
O dia correu movimentado como sempre! Luanda não fugiu ao caótico trânsito que a caracteriza. E numa viagem a passo de caracol da Marginal até à Vila Alice lá conseguimos chegar atrasados e cansados do desavanço constante.
E ao entrar no bar que marca as noites onde a poesia é rainha vislumbra-se já o conjunto de fiés seguidores da arte levarteana. são poucos e muitos, grandes nos actos e fiéis à poesia que se quer rainha.
Numa das mesas contemplando o cenário de cadeiras que se arrumam para formar uma plateia do palco da arte encontra-se o artista humildemente disfarçado de intelectual. Alguém que sem preencher requisitos de imagem assentes nas ideias preconcebidas decide ser tudo ao invés de uma única coisa. O homem que busca o impossível na possibilidade e perante possíveis indiscrições continua lentamente marcando o passo revolucionário da intelectualidade. Intelectualidade assente em premissas de humanidade e da busca do sublime contentamento do todo.
Na sua mão e quase transparente vê-se o Incolor que se quer para todos. Um incolor que nega a separação de cores e aglomera o todo na Mwangolê da tolerância iluminada.
E é com a simplicidade que se caracterizam os sábios e elevados de espírito que sixckim partilha connosco o seu mais recente trabalho discográfico.
E no diálogo livre que caracteria as Mesas Bicudas do Movimento Lev'arte Sixckim explicou a origem do seu nome; uma homenagem a várias pessoas que passaram pela sua vida marcando-a de forma incontornável: SIX de Solange, Igor, Xavier; Kim é uma abreviatura de Joaquim o nome de registo.
Joaquim ou Sixckim manifestou na Mesa o seu grande amor pela arte e pela humanidade que se reflecte na sua adesão ao Movimento Hare Krishna que defende valores com que se identifica, nomeadamente o altruismo e o amor ao próximo.
O amor ao próximo manifestou-o na oferta carinhosa dos seus cds aos humildes fazedores da arte que estavam na plateia. Sixckim afirmou que a arte é desde já vencedora pelo amor que transporta e encerra.
É esse amor que sente que o faz continuar a batalhar e concliar as exigências do mundo profissional com as do mundo artístico.
Reconhece que embora sempre tenha tentado manter os dois mundos à parte, o sucesso deste álbum tem tornado impossível essa separação. Muitos colegas, actualmente, já o identificam como um artista.
Por outro lado, uma das maiores supresas para Sixckim prende-se com os constantes telefonemas que recebe para lhe pedirem CDs. Para os menos informados Six informa que os seus CDS estão disponíveis em quase todas as lojas de Luanda.
Para um artista cujo sonho prende-se com a evolução da humanidade para um ambiente de amor e harmonia, acreditamos termos ajudado com um pequeno passo nesta quinta-feira levarteana.
De notar, que para além da oferta dos CDS o Sixckim acompanhado pelo Wilmar cantou e encantou o Kings Klub com o tema Mwangolê.
E ao entrar no bar que marca as noites onde a poesia é rainha vislumbra-se já o conjunto de fiés seguidores da arte levarteana. são poucos e muitos, grandes nos actos e fiéis à poesia que se quer rainha.
Numa das mesas contemplando o cenário de cadeiras que se arrumam para formar uma plateia do palco da arte encontra-se o artista humildemente disfarçado de intelectual. Alguém que sem preencher requisitos de imagem assentes nas ideias preconcebidas decide ser tudo ao invés de uma única coisa. O homem que busca o impossível na possibilidade e perante possíveis indiscrições continua lentamente marcando o passo revolucionário da intelectualidade. Intelectualidade assente em premissas de humanidade e da busca do sublime contentamento do todo.
Na sua mão e quase transparente vê-se o Incolor que se quer para todos. Um incolor que nega a separação de cores e aglomera o todo na Mwangolê da tolerância iluminada.
E é com a simplicidade que se caracterizam os sábios e elevados de espírito que sixckim partilha connosco o seu mais recente trabalho discográfico.
E no diálogo livre que caracteria as Mesas Bicudas do Movimento Lev'arte Sixckim explicou a origem do seu nome; uma homenagem a várias pessoas que passaram pela sua vida marcando-a de forma incontornável: SIX de Solange, Igor, Xavier; Kim é uma abreviatura de Joaquim o nome de registo.
Joaquim ou Sixckim manifestou na Mesa o seu grande amor pela arte e pela humanidade que se reflecte na sua adesão ao Movimento Hare Krishna que defende valores com que se identifica, nomeadamente o altruismo e o amor ao próximo.
O amor ao próximo manifestou-o na oferta carinhosa dos seus cds aos humildes fazedores da arte que estavam na plateia. Sixckim afirmou que a arte é desde já vencedora pelo amor que transporta e encerra.
É esse amor que sente que o faz continuar a batalhar e concliar as exigências do mundo profissional com as do mundo artístico.
Reconhece que embora sempre tenha tentado manter os dois mundos à parte, o sucesso deste álbum tem tornado impossível essa separação. Muitos colegas, actualmente, já o identificam como um artista.
Por outro lado, uma das maiores supresas para Sixckim prende-se com os constantes telefonemas que recebe para lhe pedirem CDs. Para os menos informados Six informa que os seus CDS estão disponíveis em quase todas as lojas de Luanda.
Para um artista cujo sonho prende-se com a evolução da humanidade para um ambiente de amor e harmonia, acreditamos termos ajudado com um pequeno passo nesta quinta-feira levarteana.
De notar, que para além da oferta dos CDS o Sixckim acompanhado pelo Wilmar cantou e encantou o Kings Klub com o tema Mwangolê.
Pequenas acções, grandes resultados
Um texto muito inteligente que me enviaram:
"Toda pessoa às vezes sente-se triste, de mau humor, deixa-se dominar pela ira e fica remoendo rancores.
Afinal, são reações inevitáveis diante de tantas frustrações ao longo da existência
Porém esses sentimentos não devem persistir por muito tempo, pois comprometem a capacidade de sentir prazer e de dar respostas adequadas às mais diversas situações. É necessário mudar o disco e reverter o quadro, para evitar que esses sentimentos se instalem de forma permanente.
Algumas medidas simples podem ajudar nessas situações:
1- Afastar-se dos chatos. Quem está numa fase vulnerável deve passar longe dos fofoqueiros, dos que vivem reclamando e de quem adora julgar os outros. Já as pessoas de alto astral atuam como renovadoras de energia.
2- Permanecer aqui e agora. O futuro é um projeto e o passado já se foi. O momento presente é tudo o que temos e deve ser o principal foco da vida. Se a nossa energia estiver focada em outro tempo, há grande possibilidade de perdermos as chances que se apresentam.
3- Desconfiar dos próprios dramas. Não se leve tão a sério. Às vezes, rir de si mesmo é o melhor remédio. As dificuldades são encaradas sob uma nova perspectiva quando existe bom humor.
4- Limpar a área. Não varra a sujeira para baixo do tapete. Engolir a raiva e as mágoas é pior, pois um dia elas acabam reaparecendo, numa forma e num momento impróprios. O melhor é não deixar as divergências se acumularem, esclarecendo os fatos para que as tensões desapareçam. Um diálogo franco e tranqüilo pode ser um ótimo remédio.
5- Redigir cartas. Escreva suas mensagens de mágoa, indignação ou cobrança – o que seja -, mas não as envie. Guarde-as por alguns dias e depois as releia e decida se o destinatário merece ou não recebê-las. Isso ajuda a discernir se o problema é seu ou do outro, e pode poupá-lo de cometer injustiças e aumentar desavenças.
6- Dar um tempo. Se o trabalho ou alguém está deixando você aborrecido, saia de cena. Siga sua rotina, porém não se exponha. Assim você terá um tempo para entender suas emoções e se reestruturar para lidar melhor com a situação.
7- Cantar. Não importa onde – em grupo, sozinho ou debaixo do chuveiro. Cantar ajuda a liberar emoções, além de ser um ótimo exercício respiratório e de relaxamento da musculatura corporal e da mandíbula.
8- Fazer coisas prazerosas. Realizar atividades que dão prazer apenas durante as férias ou feriados não contribui muito para uma vida feliz. É importante realizar diariamente coisas simples que dêem prazer, de preferência em benefício próprio.
9- Fazer exercícios. Escolher uma modalidade de exercícios, como dançar, nadar, correr ou caminhar. É bom lembrar que só fazemos por muito tempo aquilo que nos dá prazer. Os exercícios, praticados regularmente, estimulam a produção de endorfina, substância responsável pela sensação de bem-estar e por outros benefícios para o corpo.
10- Permitir-se mimos. Uma sessão de cinema só com as amigas, um café num lugar agradável, um domingo em que você acorda bem mais tarde, uma sessão de massagem relaxante. O importante é que esses mimos tenham o efeito de dar satisfação.
Todas essas medidas podem melhorar o ânimo e a disposição para enfrentar as situações do dia-a-dia com mais humor e prazer. Cada pessoa poderá adotar muitas outras medidas. Para isso é necessário descobrir o que provoca a sensação de reduzir o estresse. É preciso utilizar todas as ferramentas disponíveis para viver melhor com os outros e consigo mesmo."
http://pt.netlog.com/souza_lucyenneh/blog/blogid=2023679
"Toda pessoa às vezes sente-se triste, de mau humor, deixa-se dominar pela ira e fica remoendo rancores.
Afinal, são reações inevitáveis diante de tantas frustrações ao longo da existência
Porém esses sentimentos não devem persistir por muito tempo, pois comprometem a capacidade de sentir prazer e de dar respostas adequadas às mais diversas situações. É necessário mudar o disco e reverter o quadro, para evitar que esses sentimentos se instalem de forma permanente.
Algumas medidas simples podem ajudar nessas situações:
1- Afastar-se dos chatos. Quem está numa fase vulnerável deve passar longe dos fofoqueiros, dos que vivem reclamando e de quem adora julgar os outros. Já as pessoas de alto astral atuam como renovadoras de energia.
2- Permanecer aqui e agora. O futuro é um projeto e o passado já se foi. O momento presente é tudo o que temos e deve ser o principal foco da vida. Se a nossa energia estiver focada em outro tempo, há grande possibilidade de perdermos as chances que se apresentam.
3- Desconfiar dos próprios dramas. Não se leve tão a sério. Às vezes, rir de si mesmo é o melhor remédio. As dificuldades são encaradas sob uma nova perspectiva quando existe bom humor.
4- Limpar a área. Não varra a sujeira para baixo do tapete. Engolir a raiva e as mágoas é pior, pois um dia elas acabam reaparecendo, numa forma e num momento impróprios. O melhor é não deixar as divergências se acumularem, esclarecendo os fatos para que as tensões desapareçam. Um diálogo franco e tranqüilo pode ser um ótimo remédio.
5- Redigir cartas. Escreva suas mensagens de mágoa, indignação ou cobrança – o que seja -, mas não as envie. Guarde-as por alguns dias e depois as releia e decida se o destinatário merece ou não recebê-las. Isso ajuda a discernir se o problema é seu ou do outro, e pode poupá-lo de cometer injustiças e aumentar desavenças.
6- Dar um tempo. Se o trabalho ou alguém está deixando você aborrecido, saia de cena. Siga sua rotina, porém não se exponha. Assim você terá um tempo para entender suas emoções e se reestruturar para lidar melhor com a situação.
7- Cantar. Não importa onde – em grupo, sozinho ou debaixo do chuveiro. Cantar ajuda a liberar emoções, além de ser um ótimo exercício respiratório e de relaxamento da musculatura corporal e da mandíbula.
8- Fazer coisas prazerosas. Realizar atividades que dão prazer apenas durante as férias ou feriados não contribui muito para uma vida feliz. É importante realizar diariamente coisas simples que dêem prazer, de preferência em benefício próprio.
9- Fazer exercícios. Escolher uma modalidade de exercícios, como dançar, nadar, correr ou caminhar. É bom lembrar que só fazemos por muito tempo aquilo que nos dá prazer. Os exercícios, praticados regularmente, estimulam a produção de endorfina, substância responsável pela sensação de bem-estar e por outros benefícios para o corpo.
10- Permitir-se mimos. Uma sessão de cinema só com as amigas, um café num lugar agradável, um domingo em que você acorda bem mais tarde, uma sessão de massagem relaxante. O importante é que esses mimos tenham o efeito de dar satisfação.
Todas essas medidas podem melhorar o ânimo e a disposição para enfrentar as situações do dia-a-dia com mais humor e prazer. Cada pessoa poderá adotar muitas outras medidas. Para isso é necessário descobrir o que provoca a sensação de reduzir o estresse. É preciso utilizar todas as ferramentas disponíveis para viver melhor com os outros e consigo mesmo."
http://pt.netlog.com/souza_lucyenneh/blog/blogid=2023679
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