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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Todos temos segredos inconfessáveis, erros indezívei e promessas não cumpridas

A vida tem altos e baixos, e nesse percurso irregular e acidental por vezes caímos em situações que nos envergonham. Seja porque fizemos papel de otários, seja porque fomos injustos, ou simplesmente por sermos inexperientes temos vários casos em que escorregamos na casca da banana. E como todos temos achei normal falar dos meus. Expor os segredos inconfessáveis e transformá-los em banalidades. Aqui neste texto público queria partilhar as minhas borradas e o que mais me envergonha.Era um acto de contrição público que gostaria de exercer. Comecei por enunciar mentalmente alguns desses momentos e organizá-los do menos mau para o pior. E a missão deste texto era expor cada caso com leves considerações. E por mais voltas que dê para conceber este texto, tudo me parece cada vez mais inconfessável e indizível, mesmo os casos menos maus. Pensei em começar pelos desaires da juventude. As paixões de caixão à cova que desapareciam do dia para a noite. Um dia morria e no outro esquecia. Mas não me pareceu interessante. Comecei por ganhar coragem e falar da preguicite aguda que me desorganizava os estudos e me obrigava a fazer noitadas antes do exame. No entanto, considerei que não era motivo de grande alarido e não iria regar esta crónica do querosene essencial à transformação deste texto numa bomba tipo Caras ou tipo os beefs do Sempre a Subir (ou Sempre ever a Subóide dos Kuduróides). Poderia relatar então o desaire da vida sentimental muito tempos modernos e actual, onde as novas tecnologias (facebook e skype)são o princípio, o meio e o fim. E lembrei-me que já tinha a História de Amor à Procura de Um Final Feliz a lembrar-me da das cascas de banana que o amor encerra. Deixa só , ya! Poderia falar de amar! De como o amor nos sustenta e ao mesmo tempo nos corrói a paz e nos eleva à total idiotice. E neste papel assumidamente idiota apixonar-me sempre pela pessoa errada, aquele que mexe com toda a adrenalina do corpo e nos bloqueia a rede neuronal. Mas amar não é atingir esse estado de idiotice onde deixamos de comandar e somos comandados? Alguém me explica só! Podia tentar discernir se o que sinto é a amor ou desejo. Se o que senti antes era amor ou interesse, comodismo e medo da solidão? E o que sinto actualmente? É paz interior ou medo de arriscar cair num amor ou paixão? Mãe deixa só, já aceitei que na vida nem tudo tem explicação e que ser idiota faz parte do percurso. Mas continuar na idiotice já é coisa de "genta burra"! E as escolhas profissionais? São em função do que amo ou da necessidade salarial? Como estaria hoje se arriscasse mais e investisse apenas naquilo que gosto? Steve Jobs desistiu da faculdade e começou a frequentar cursos de caligrafia e contra todas as previsões tornou-se num revolucionário das tecnologias e do ramo empresarial. O segredo dele? Fazer aquilo que o coração ditava. E isso valeu-lhe montar a a APPLE e ao mesmo tempo ser despedido dela. E a vida é assim, não há finais completamente felizes. Mas há finais felizes... e Steve Jobs no perder da Apple encontrou o amor na mulher que lhe deu dois filhos, e voltou a construir uma empresa que foi comprada pela Apple que ele também criara. A vida tem reviravoltas muito à moda de hollywood. Feito o exercício ficou a vergonha. Mas porquê ter vergonha? Se todos erramos. Só não erra quem não tenta. Mas é tão difícil aceitarmos as nossas imperfeições. Porquê ter vergonha? Pergunto-me já a perder a noção do real. Vergonha de ter escorregado. Medo de ser julgado? Medo de alguma cobrança? Sentei-me perante estes monstros do meu passado. Enfrentei um a um. E percebi que os quero manter enterrados e esquecidos. Deles apenas quero a lembrança de que os ultrapassei; abanaram-me e fizeram-me cair. Mas deles tenho a firme convicção de me ter levantado, de me ter erguido e de ter ficado mais forte e experiente. Com as quedas aprendi a pedir perdão e a pedir ajuda e com estes pedidos ganhei a humildade que possuo. Não é muita mas é a suficiente para ser capaz de me colocar no lugar do outro antes de julgar. A suficiente para não rir das desgraças dos outros. A suficiente para saber que a subida tem quedas. A suficiente para entender que cada um tem uma bagagem que eu desconheço, pelo que devo sempre ter noção da minha ignorância e perdoar até o meu inimigo. A humildade para perceber que o meu ego me engana colocando-me no centro do universo quando estou cansada de saber que para o universo nem atinjo a proporção do protão. Sou mais uma partícula deste infinito... no entanto os obstáculos que atravessei dão-me a dimensão da luz. O brilho da eternidade reside em cada uma destas feridas que transporto no corpo e que curei na alma. E o grande passo desta caminhada reside em perceber que é preciso focarmo-nos no que se ama, custe o que custar. As derrotas existem para percebermos o que nos faz levantar. Normalmente nestas alturas somos assolados pela imagem dos que amamos e do que amamos e do que sonhamos ser. São essas imagens que queremos proteger, potenciar e acarinhar, que nos obrigam a olhar para cima e a estender a mão para o Alto em busca de força e energia. E é nestas alturas de dor e sofrimento que nos lembramos que existe um Deus ou uma força superior ou o que queiramos chamar mas a quem suplicamos, sem que alguma vez nos tenham ensinado a suplicar. Não me lembro em toda a vida de alguém me ter ensinado a suplicar em momentos difíceis, mas sei que todos o fazemos. Como o fazemos todos? É a pergunta que deixo no ar? E com esta divagação acabei não dizendo o indizível e acabei quebrando mais uma promessa... Lueji Dharma

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