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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Este Lago Não Existe - Burity da Silva

Não é fácil escrever sobre o amor sem expôr a alma e a identidade...são desafios, são passos em frente num mundo que se quer mais humano, mais romanticamente leve e mais justo. Um amor que existe, para deixar de existir. Um amor que se perde e se ganha. Que se opta em manter ou em deixar ir num lago que nunca existiu. Um lago que por ser lago existe. Um lago que por vezes teima em fugir na certeza de que tudo é incerto. Assim é o amor...uma existência frugal que "arde sem se vêr". O que interessa é que alguma vez ardeu, alguma vez existiu, mesmo que agora se afigure uma quimera...assim me se me afigura "Este Lago Não Existe". Um lago que existe na medida em que o autor o imagina como tal. Um lago de filosofias; um lago que por vezes deixa de existir porque já não o queremos mais...porque nos reinventamos longe num deserto sem flores, numa terra áspera, fugimos à nossa verdade "como manifestações do meu insucesso perante tudo, perante ti, distante desta água..." quase acreditamos que esse lago não existe!Mas renascido "Mesmo quando desisti. ou quando sempre lutei...Contra mim, sem mim...como continuar ou não,viverei certamente...neste largo embargado...". Neste poema de uma vida, de altos e baixos à beira de um lago, por vezes mergulhado no lago ou na ausência deste, tudo é descrito de forma desapegada como parte do percurso. Um percurso onde "Apago quando quero o tempo" e onde a vontade de reinventar novos passos, novos mundos, novos lagos, novas vidas, permanece...porque tudo que é feito por amor vale a pena ser vivido.

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