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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

José Saramago - a polémica continua!

José Saramago: um escritor criativo e determinado. Um percurso complicado mas fiel ao amor (a Pilar e à escrita). Descrente em Deus? na Religião? ou simplesmente na Igreja dos Homens? Quem sabe? A certeza: Um escritor admirável!

Polémicas à parte, só sei que o julgamento de pessoas deixo para a justiça (divina), mas em relação ao Saramago tenho a dizer que me desperta entusiasmo e sede de viver. Admiro a sua busca eterna pelo maior, pela criatividade livre e sem dogmas...sou fã dos seus porquês? Admiro o facto de no final da sua carreira se lançar em polémicas que para ele já não lhe trarão grande benefício (era tão mais fácil andar de festa em festa a ser bajulado pela elite e por um povo sedento de gente amorfa). Assim percebe-se que o faz por crença, por sentir ser o certo (independentemente de quem poderá chocar) ou por estar à procura de respostas metafísicas. E se choca! Choca tão boa gente que até é impressionante! Se ele lança um livro não quer dizer que obrigue alguém a ler! Só lê quem quer! Eu comprei o livro....confesso que ainda não terminei! Como sempre acho fabulosa a criatividade das suas obras: em especial a sua necessidade de recontar uma história Bíblica ( a de Caim e Abel). É a interpretação de um homem que concerteza leu e releu a Bíblia, mais do que muitos que a defendem! Ele leu e releu! E na minha humilde opinião, falhou o principal, o Encontro com Deus. Dessa forma entendo a sua revolta, o seu grito num homem que se vê vazio apesar de todo o seu percurso, porque, acredito piamente que um Homem sem Deus não é ninguém. No entanto embora se recuse a ceder à presença de Deus ele sente a necessidade de O procurar: na Bíblia. A Bíblia pode ser realmente "um manual de maus costumes" ou "um livro de Disparates" quando lido sem fé ou sob a luz do comunismo. A Bíblia é apenas um manual para Deus mas quando guiados pelo coração e pela fé. E é assim que despojado de qualquer fé neste manual Saramago se vê abandonado a ser apenas mais um homem na terra; a morte de Deus, também defendida por Nieztche, é a expressão de um mundo ocidental que confia no homem apenas e que todos os dias se auto-aniquila..porque apenas a fé nos faz crer na vida eterna e suportar a dor e o sofrimento. E que triste é perceber após toda uma vida de lutas e conquistas que vamos morrer sem qualquer romantismo ou diferença de um simples animal. Ponto!

No entanto, neste ponto, penso que será apenas um Saramago orgulhoso que não cede publicamente à presença Divina pois até é ateu.

E neste campo difere de Lobo Antunes que humildemente reconhece que a sua obra é divina...que há dias que até tem zangas e teimas com Deus, mas que Dele provém a sua faculdade da escrita e a sua inspiração.

Mas independentemente da sua suposta não crença em Deus, Saramago conquistou com mérito, trabalho árduo e força o Prémio Nobel da literatura para Portugal. Como tal é digno de todo o respeito!

Pena que Ele não reconheça que aquela inspiração que lhe preenche a Alma, e o faz debitar obras provém de Deus!

Por último, como admiradora da sua obra, da sua coragem e liberdade, um desejo: que Saramago tenha a felicidade de aceitar Deus e que tenha o privilégio de encontrar a razão de Ser; Nunca é tarde para Deus!

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