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segunda-feira, 5 de abril de 2010

A morte do ego


Pintura de Catherine Molland

O silêncio de Lueji escondia um nervosismo patente. A incerteza começava a percorrer-lhe a alma. Duvidava de toda a viagem que fez até ao momento. Atravessam a floresta no regresso a casa…os bosques densos transpiravam outros tempos. Duvidava do tempo em que se encontrava? Será que estava noutra dimensão? Quem lhe garantia neste momento que não estava morta e todo este novo cenário que estava a viver fosse a sua vida pós morte. A verdade é que não sentia as coisas com a intensidade que normalmente sentia. Parecia que tudo se tornara estranhamente difuso e nublado. Nada era o que parecia ser…Utima parecia-lhe ser uma velha quase sem forças à primeira abordagem, mas depois, transformara-se numa mulher intensa e vibrante. Pensava naquele diagrama que encerrava 11 símbolos que pretendiam representar a vida. A vida de qualquer ser humano. Não entendia relações mas percebia, que o caminho embora doloroso valia o esforço de ser percorrido. A cruz era pesada mas entre noites e dias, entre luas e sóis, a espiritualidade materializava-se no encontro…consigo própria. A ausência e o vazio que lhe infernizavam os dias pareciam diluir-se nessa dimensão atemporal. Ela regressava a casa!

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