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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Obama e Angola




"All men are prepared to accomplish the incredible if their ideals are threatened. "
Maya Angelou

Ainda sinto o arrepio no corpo, aquela sensação de estar a ver para além da imagem. Fecho os olhos e oiço o discurso de Barack Obama. De olhos fechados consigo ver Martin Luther King e John F. kennedy juntos, fundidos num Obama poderoso e transformador. Sinto a história a tomar forma. Abro a janela e em Luanda onde resido é possível ouvir os festejos. Os carros passam e de dentro se ouve manifestações de alegria. Perguntam-me porque festejam os angolanos com a vitória de Obama? Como se repercutirá essa vitória em Angola? Confesso que não sei como se repercutirá esta vitória em Angola, mas estou convicta que o Obama ter vencido num mundo onde o racismo continua e em alguns países tem vindo a aumentar é significante. Considero que essa mudança é por si só significativa. Porque vi manifestações de alegria numa escala global (até nos tão proclamados países hostis que os americanos actualmente combatem). Portanto porque haveria Angola ficar indiferente? Angola que tem muitos emigrantes e estudantes nos Estados Unidos? Os angolanos identificaram-se com a determinação e com o sonho deste homem! E estas coisas não se explicam: sentem-se. No entanto, quero acreditar que o Obama não venceu por ser negro mas por encarnar a mudança já antes proclamada por outros líderes e que só não vingou porque os silenciaram pela morte. Talvez o medo de enfrentar uma sociedade racial se perca. E isso só poderá ser positivo. Quem sabe não trará confiança a quem acredita nos ideiais da cultura da diferença mas por medo não os defenda e os pratique abertamente. Vejo este momento transformar-se numa mulher robusta e forte que corre despida de preconceitos em busca da felicidade mundial. Fecho os olhos e sinto a sua força ao passar por mim. Arrasta-me com ela. É tão forte que é impossível não ser arrastado. Ela corre e com ela seguem multidões. É um mundo em transformação. É um mundo que se une em busca de uma revolução. A revolução do amor. Um amor que não distingue mas une. Um amor que respeita a diferença. Sim, estou nesse movimento Sr. Obama. Sim, estou consigo. Sim iremos conseguir.

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