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sexta-feira, 27 de março de 2009

Kalandula do Queve

De regresso ao Sumbe força o range rover a um pequeno desvio que aleva às cachoeiras do rio Queve. As energias da terra guiam-na até ao cenário ideal para o reencontro com o seu espírito perdido. Sim, terá de renascer...sim, poderá falar-se de um renascimento: sente-se mais mulher, mais rainha, mais ela própria. Contempla a sua face espelhada na água da chuva que se acumulou nesta gruta onde se encontra. Arrancou a pele tocada por Leão Magno. Arrancou os cabelos um a a um. E as unhas que guardavam os restos da suapele, arrancou-as com os dentes. Sangrou! Deixou-se cair sobre a poça de sangue. E sobre essa poça de sangue permaneceu até que ele secasse em si. Imóvel contemplou o passar dos dias dessa gruta escura onde se encerrou. Carpiu... E um dia acordou, para constatar que o seu cabelo estava mais brilhante que nunca. As suas unhas voltaram a crescer...A sua pele parece veludo de tão suave. Renasceu das cinzas. Renasceu da lama...e reencontrou-se. Mais mulher! Mas agora com asas..voa para fora dessa gruta que lhe serviu de refúgio. E esmagada pela luz do dia mergulha nesse lago que serve de base às cachoeiras de águas límpidas do rio Queve. O verde das árvores contrasta fortemente com o azul do céu.

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