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sábado, 28 de março de 2009

Marcas de guerra

Marcas de guerra

Sem duvida os trinta anos de guerra deixaram marcas profundas e cicatrizes tatuadas no rosto fatigado deste povo, que maioritariamente ainda não adquiriu competências necessárias para poder sobreviver no dia a seguir a tormenta, mas que teima em encontrar mecanismos para se desenrascar dia após dia, porque aqui a vida é isso mesmo…um dia de cada vez e nada mais. Os angolanos que identifico em Lisboa ou Paris e até mesmo Londres, estão muito distantes destes que vislumbro neste quase país das oportunidades. Não sei se me tenho repetido ao abordar os temas mas é um bocado difícil manter o raciocínio neste turbilhão de incertezas e desorganização geral em que este quase país se encontra. Tudo tem um alto preço. Por vezes o preço é a própria vida que para uns nada vale e para outros tudo vale. Meu deus. Como chegamos aqui? E como sairemos desta fogueira das vaidades? Para mim, torna-se difícil não estranhar determinadas atitudes “normais” por aqui, quando está em causa uma vida humana. Só vejo egoísmo e ganância por todo o lado, só ganância, só egoísmo. Ah, afinal isto é africa e não me posso esquecer deste pormenor. Parece que em africa quem detém o poder a semelhança da vida selvagem, isto é, o mais forte acaba predominando sempre, seja ele bom ou mau, e por incrível que pareça e se não me falha a memoria histórica, os bons acabaram quase sempre assassinados, aniquilados, e os maus mais poderosos e donos de cada país com a cumplicidade de alguns senhores da guerra do nosso mundo civilizado.Mas nem tudo é mau, tão mau assim que nos possa hipotecar a esperança de um futuro melhor para nós. E quanto a isso nada melhor do que um passeio pela ilha, uma Cuca fresquinha no Bay in, uma tarde bem passada no Jango Veleiro com uns magníficos grelhados, um copito refrescante no Miami, a noite uma curva no Palos e uma dança caliente na Kianda, um karaokezinho no La Vigia, e uma visita ao meu kamba Pedro até ao Xiadinho, que é um encanto. Cinco estrelas para estas casas em termos de ambiente e acolhimento. Muita animação e desbunda total pela noite dentro com boa musica e tudo a rolar como manda o figurino. Uma boa kizomba, um zouk malandro e a coisa começa a bater forte. Tamos mesmo na banda…"

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