Poderia começar esta história daquela forma clichet: “Há muito…muito tempo havia….” Mas não seria verdade! Há muito tempo havia, mas hoje em dia ainda existe essa Aldeia: A Aldeia de Deus! Que na minha língua se chama: Tchehunda Tcha Nzambi! Pois é a Aldeia de Deus que eu desde miúda ouvia os mais velhos falar, é a Aldeia onde vivo desde que morri! Pois é! Eu morri há muitos anos atrás. Não quero dizer quem fui! Não interessa! Sei que vivi na altura do Império Lunda-Tchokwe, onde se acreditava que o homem ao morrer perde o corpo, mas liberta o espírito (muikua). Mas digamos que eu conquistei o meu lugar na Aldeia de Deus. Aqui só entram pessoas com muxima puena (bom coração). Depois de atravessarmos o umbral em direcção à Aldeia tornamo-nos Anjos protectores e divindades que tentam a todo custo zelar pelo bem-estar dos humanos; Enfim, estamos na sexta dimensão, apenas acessível aos homens com sexto sentido apurado e desenvolvido; somos os antepassados destinados a proteger o futuro das gerações vindouras; Embora não precise de casa como qualquer anjo tenho um sítio a que chamo de lar. Neste caso a minha residência é em Tchehunda tcha Nzambi no Leste de Angola. Uma aldeia perdida no cimo de uma montanha na fronteira entre o Congo e Angola. Uma montanha onde o nevoeiro é constante à entrada, mas que se reduz à medida em que subimos em direcção ao centro da aldeia. No coração da aldeia a nitidez é ofuscante. As plantas e as flores brilham intensamente. É possível sentir os cheiros com uma intensidade avassaladora. Digamos que eu moro no monte das madressilvas e das glicínias. Pode-se dizer que no meu jardim as borboletas e as fadas abundam! Um paraíso na Terra! No jardim ao lado, proliferam as orquídeas selvagens e as papoilas. Os seus tons alaranjados contrastam com o meu jardim arroxeado. A Aldeia de Deus é um jardim encantado acessível a quem o procura com determinação.
Excerto do livro Tchehunda Tcha Nzambi
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3 comentários:
queria estar na Tchehunda tcha Nzambi e alí beber os sonhos de paz
mas ainda não tenho muxima puena
queria estar na Tchehunda tcha Nzambi e deliciar-me com o amor ó o amor que foge das muximas dos homens
nesta crua realidade o amor é anormal o bem é irracional
oh Lueji rainha amiga leva-me nas tuas asas até a Tchehunda tcha Nzambi para dizer ao meu Deus com ternura Eu te amo Ngana Nzambi
Lueji Dharma
Como posso adquirir o livro, vivendo em Portugal - Portimão?
Um Abraço
viva, gostei.. tal como o sonho as vezes se torna realidade, penso que havemos de chegar todos a este Tchehunda Tcha Nzambi um dia, este mundo dilacerado há de acabar reconciliado consigo mesmo. obrigado Lueji Dharma, és a lampada que brilha e continua a indicar o caminho da esperança e da confiança. coragem.
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