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domingo, 21 de fevereiro de 2010

No Mbinda, O Ouro é Sangue





PREFÁCIO

Conhecer pessoalmente e ler o primeiro “ computescrito” da Ngonguita Diogo foram duas situações que aconteceram em rápida sequência. A sua extroversão, humildade e simpatia aliadas ao fato de demonstrar uma grande vontade de escrever, de se tornar uma transmissora de ideias e sentimentos, foram meio caminho para a minha decisão de ler de imediato a sua obra.
Logo na primeira página o meu primeiro pensamento foi: “ Esta miúda sabe escrever!”.
Isto porquê?
Numa época em que, infelizmente, a vontade de ser escritor ( poeta ou prosador) se sobrepõe, na grande maioria dos casos à preocupação pelo rigor da escrita para que esta possa ser entendida e devidamente interpretada, esta ocasião era para mim uma verdadeira novidade.
E assim fui sobrevoando toda o trama, deste romance em que os personagens misturam tradições e valores tão distantes como o recurso à igreja, com a sua visão mais europeizada das coisas e logo a seguir ao feiticismo, aqui na sua versão africana, e isto escrito de uma forma leve e entendível pontilhada, ou diria melhor, polvilhada, aqui e ali, por nuvens de saborosa poesia prosada.
Esta obra de Ngonguita Diogo mostra-nos o lado bom e o lado tenebroso do ser humano, as suas fraquezas e virtudes, mostra-nos o quanto podemos ser condicionados pelos nossos desejos mais sublimes e pelos mais obscuros, possibilitando também que nos sintamos inclinados a acreditar no destino.
Obra de “novato” mas já com intenções de “mais velho” consegue deslocalizar a ação permitindo universalizá-la, abrindo-nos os olhos para a nossa mera condição de humanos, habitantes deste planeta Terra, com nossos defeitos e qualidades, tenhamos a(s) origem(ens) que tivermos .


Luanda, 21 de Fevereiro de 2010


Luis Rosa Lopes

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