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domingo, 22 de novembro de 2009

Angola em momento não...

Ontem pelas 19h30 deparei-me com um programa na rádio onde alguém, que não reconheci imediatamente, falava de forma concisa e assertiva sobre a necessidade de existir maior responsabilidade por parte dos governantes nos desígnios da nação. Falava-se, exactamente, da necessidade de ter um desenvolvimento económico assente numa classe média inexistente em Angola. Aumentar a classe média era uma das propostas sobre a mesa. Por outro lado, comparava-se Angola com a Namíbia onde a sociedade já se encontra estratificada de forma a garantir um grande número de população na tal classe média. No entanto, o entrevistador ressalvava o facto de em Angola ter havido uma cisão brusca com o país colonizador ao passo que na Namíbia se desenrolou um processo de negociação...e foi quando para meu espanto, tomou de novo a voz o entrevistado para referir, que a Luta pela Independência muito desejada pelos Angolanos se encontra novamente em perigo face à invasão estrangeira actual. E neste ponto Mário Pinto de Andrade refere que os governantes no poder não defendem os interesses nacionais, subjugando-os aos seus, e muitas vezes, ao interesse dos estrangeiros comprometendo, desta forma, o futuro da nação.

E neste contexto, tenho reparado por diversas vezes que todas as actividades de grande renome em Angola, grandes projectos são sempre apresentados ao lado de alguém que pelas características se denota ser estrangeiro. Fico muitas vezes com a sensação que os dirigentes não confiam no seu trabalho pelo que para o validarem colocam um estrangeiro. Poderá haver maior atestado de incompetência que um dirigente nacional, eleito pelas suas qualidades, necessitar de que o seu trabalho seja validado por um estrangeiro, estrategicamente colocado ao seu lado na sessão fotográfica. Concerteza necessitará do apoio no projecto, até provavelmente será a empresa estrangeira a que oferece mais garantias à realização do projecto na meta e com a qualidade pretendida. No entanto, tal não tira o protagonismo e o mérito aos quadros angolanos que se encontram nas entidades estatais e nas próprias empresas estrangeiras.

É essencial não esquecer, que quando se dá tanto protagonismo ao que vem de fora, concerteza se está a prejudicar o que é nacional. E de alguma forma, a legitimar o abuso cometido por empresas estrangeiras e estrangeiros no país contra os nacionais e a própria nação: com o simples argumento de que precisamos deles.

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